CartaExpressa
PSOL pede a cassação de Zucco e Salles após bate-boca com Sâmia na CPI do MST
O partido alega quebra de decoro parlamentar por parte dos integrantes e pede a Arthur Lira que leve o caso ao Conselho de Ética


O PSOL entrou com pedidos de cassação de mandato contra o presidente da CPI do MST, o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos), e o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), após desentendimento dos parlamentares com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL) na última sessão da Comissão. A legenda acusa os parlamentares de misoginia e machismo.
O partido alega quebra de decoro parlamentar de Zucco e Salles e pede ao o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que leve o caso ao Conselho de Ética da Casa para apurar a conduta dos deputados.
No último dia 12 de julho, o Coronel Zucco chegou a ameaçar interromper a sessão ao acusar a deputada de não deixar que os demais integrantes da CPI falassem. “Qual é o seu objetivo, deputada Sâmia? Quer que eu encerre a sessão? Fique calada e respeite os demais deputados”, ameaçou.
Na peça, o partido destaca ainda que o presidente da Comissão permitiu que o deputado General Girão (PL-CE) proferisse uma declaração ‘absurda e machista’, sem tecer quaisquer comentários ou repreensão ao deputado. Durante o bate-boca, Girão chegou a dizer, em referência à Sâmia: ‘ela acha que por ser mulher não pode ser interrompida’, e que respeitava as mulheres ‘responsáveis pela procriação e harmonia da família’.
Salles também chegou a sugerir que os deputados de oposição fizessem uma representação conjunta contra a psolista. “Sempre que esta deputada quer se vitimizar diz que é interrompida, então esse momento precisa ficar registrado”, afirmou o ex-ministro do governo Bolsonaro.
Em nota enviada à reportagem, Zucco afirmou que “mais uma vez o PSOL judicializa o trabalho legislativo na tentativa de impor uma narrativa mentirosa de perseguição a parlamentares da sigla” e que “a atuação da deputada Sâmia Bomfim extrapolou os limites da civilidade e do respeito para com seus pares”.
O deputado alegou, ainda, que as imagens da sessão “não deixam dúvidas de onde partiram os gritos, ofensas, acusações e interrupções contra integrantes deste colegiado” e acusou a colega de “utilização da estratégia de vitimização”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Rui Costa elogia conduta de Aras, mas rejeita ‘dar palpites’ sobre recondução à PGR
Por CartaCapital
Dono do Habib’s diz que não voltaria a apoiar Bolsonaro e elogia Haddad: ‘É 10’
Por CartaCapital
Sarney é diagnosticado com isquemia cerebral e recebe alta em São Luís
Por André Lucena
Jones Manoel é expulso da direção do PCB
Por André Lucena