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O silêncio da extrema-direita sobre o ataque contra Moraes na Itália
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos ignoraram o episódio de violência contra o ministro do STF em Roma; opção pelo silêncio incomoda alguns aliados
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos parlamentares – Carlos, Flávio e Eduardo – optaram pelo silêncio absoluto sobre o episódio de violência contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na Itália. O magistrado e seus familiares foram hostilizados e atacados fisicamente por brasileiros no aeroporto de Roma na sexta-feira 14.
Não há, desde que o ataque foi registrado, qualquer menção ao episódio nos perfis do clã da extrema-direita nas principais redes sociais. Os agressores, importante dizer, já foram identificados e acionados pela Polícia Federal para esclarecer os fatos. Alex Zanatta foi o primeiro a depor e negou ter hostilizado o ministro. Os outros dois suspeitos, Roberto Mantovani e a esposa Andria Munarão, serão ouvidos na terça-feira 18, mas, por nota divulgada pela defesa, negam as agressões e dizem terem sido vítimas de uma má interpretação.
Os três suspeitos, importante citar, repetiram discursos de eleitores de direita e o relato dá conta de que as primeiras agressões verbais proferidas por eles no aeroporto italiano acusavam o ministro de ser ‘comunista’, ação comum entre bolsonaristas. Analistas e políticos, ao reagirem ao caso, indicam que o episódio estaria intimamente ligado ao clima de ódio e discurso de violência propagados pela extrema-direita liderada pelo ex-capitão. Um dos nomes mais relevantes a fazer essa avaliação foi Geraldo Alckmin, presidente em exercício.
O silêncio, neste caso, reforçaria a interpretação. No próprio PL, partido do clã, há quem esperava que Bolsonaro e seus filhos tentassem fazer, ainda que timidamente, um afastamento do episódio em questão. Não foi o caso. A opção por ignorar o tema, lamenta reservadamente um aliado, abriria espaço para críticas ao ex-capitão. “Infelizmente, quando não fala nada, podem dizer que ele concorda com a agressão”.
Outro ponto citado pelo integrante do PL na avaliação reservada é o de que, sem posição externada por Bolsonaro e seu entorno sobre o caso, parte da direita fica ‘vendida’ no tema e não saberia como agir sem se desgastar. “A turma fica sem norte porque, se fala alguma coisa, pode ser taxado de traidor, mas se não fala nada, parece que concorda com a agressão”.
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