Política
Tarcísio é a aposta do mercado financeiro para substituir Bolsonaro após inelegibilidade
Pesquisa Quaest mostra a preferência no campo da direita por governador paulista


Com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o campo da direita deverá se reconfigurar. Desde já, nomes ligados, direta ou indiretamente, ao ex-presidente se articulam em torno da candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. Para representantes do mercado financeiro, um nome deverá preencher a lacuna da liderança do espectro político e, inclusive, ser apoiado por Bolsonaro no pleito que acontecerá daqui a três anos: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
É o que aponta a nova rodada da pesquisa Quaest, que ouviu agentes do mercado financeiro de São Paulo e do Rio de Janeiro. Para 74% dos entrevistados, Bolsonaro deverá indicar Tarcísio na campanha presidencial. O índice representa um aumento de 8% em comparação com a pesquisa anterior (66%, nos números de maio).
Em relação aos outros nomes da direita apresentados na pesquisa, o mercado financeiro baixou as suas expectativas sobre a indicação de Bolsonaro sobre o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG). Em maio, 25% dos entrevistados achavam que o ex-presidente deveria indicar o governador mineiro. Agora, o percentual caiu para 19%.
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, recebeu apenas 1% das menções na pesquisa. As opções “Outro” e “Nenhum desses” somaram 6%.
Confiança
A pesquisa mediu, também, a confiança dos entrevistados em algumas das principais lideranças do país. Tarcísio de Freitas é o segundo político mais confiável para os agentes do mercado financeiros: 55% disseram que confiam “muito” no governador paulista, enquanto 35% afirmaram que confiam “mais ou menos”, ao passo que 6% apontaram que não confiam “nada”.
Quem lidera essa lista de confiança é aquele que, atualmente, é alvo das principais críticas da equipe econômica do governo federal: Roberto Campos Neto. O presidente do Banco Central (BC) é visto com muita confiança por 72% dos entrevistados. Nesse sentido, 22% responderam que confiam “mais ou menos”, enquanto 6% afirmaram não confiar no presidente do BC.
Já Lula (PT), que recebeu indicações mais otimistas no cenário geral da pesquisa, é quem apresenta o pior resultado no quesito confiança. Ao todo, 95% dos investidores entrevistados não confiam no atual presidente. Jean Paul Prates, que preside e a Petrobras, também supera os 90% de desconfiança. Bolsonaro é o terceiro colocado no ranking negativo, com 82%.
A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje foi realizada entre os dias 6 e 10 de julho. No total, foram realizadas 94 entrevistas online em questionário estruturado. O público entrevistado é composto por representantes de fundos de investimento de São Paulo e do Rio de Janeiro.
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