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PF mira aliados de Lira em operação contra fraude em compra de kits de robótica
Suspeita é de fraude em contratos com uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) durante o governo de Jair Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira 1, a Operação Hefesto, a partir de uma investigação sobre crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em contratos para a compra de kits de robótica com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em Alagoas.
Os crimes aconteceram, segundo a PF, entre 2019 e 2022, e as aquisições de materiais para 43 municípios do estado foram assinadas por uma empresa pertencente a aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Cumprindo vinte e sete mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão temporária (estes, em Brasília), os investigadores estimam que as fraudes podem ter gerado um prejuízo de 8,1 milhões de reais. A operação conta com a colaboração da Controladoria Regional da União em Alagoas (CGU/AL).
A empresa responsável pelo fornecimento dos kits de robótica é a Megalic, que funcionava em Maceió (AL), e é de propriedade de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda. Este é pai de João Catunda (PSD), vereador da capital alagoana, um aliado político de Lira.
“De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes”, afirmou a PF, através de nota.
A suspeita é que a Megalic tenha vendido os kits para os municípios de Alagoas com uma diferença de 420% em comparação ao preço que declarou ter comprado. A fraude nos processos de compra foi identificada pelo Tribunal de Contas da União (TCU, ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Em abril do ano passado, a então secretária de Educação da cidade de Flexeiras (AL), um dos municípios beneficiados com a liberação para compra de kits de robótica, acusou Arthur Lira de intervir para liberar os recursos.
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