Política
Cartões falsificados: Vacina registrada em nome das filhas de Mauro Cid não poderia ser aplicada em crianças
Outros dois elementos também comprovam, segundo a PF, a fraude: a data do início da vacinação de jovens em Duque de Caxias e o fato das filhas do ajudante de ordens estarem em Brasília no dia da suposta imunização


Os registro de vacinação relativo às filhas do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mostram que as crianças teriam recebido as doses de imunizastes ainda antes da autorização do Ministério da Saúde para a aplicação em menores de 18 anos.
Os dados, supostamente inseridos de forma fraudulenta no sistema da Saúde, mostram que as meninas teriam recebido a primeira dose da vacina da Pfizer, em posto de imunização de Duque de Caxias (RJ) em junho de 2021.
Segundo a investigação, os registros foram inseridos no sistema do ConectSUS meses depois da suposta data de aplicação dos imunizastes, em dezembro de 2022, quando as crianças teriam 5, 14 e 18 anos de idade.
No entanto, a autorização da aplicação das vacinas da fabricante Pfizer em adolescentes a parir de 12 anos em 11 de junho de 2021, 11 dias antes do registro da primeira dose das meninas.
Além disso, o município de Duque de Caxias apenas iniciou a imunização do grupo dois meses depois da data registrada nos certificados em análise pela PF.
Informações obtidas pelos investigadores apontam também que as crianças estariam em Brasília no dia da suposta imunização em um posto de saúde no Rio de Janeiro.
As informações foram obtidas a partir da análise de mensagens de WhatsApp encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Mauro Cid foi preso na última quarta-feira 3, pela Polícia Federal em operação deflagrada para apurar fraude nos dados referentes a imunização do ex-presidente e pessoas ligadas a ele.
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