Justiça

STF forma maioria para suspender presunção da ‘boa-fé’ no comércio do ouro

Os ministros acompanharam a decisão do ministro Gilmar Mendes de revogar artigo de lei que autorizava ao vendedor do metal atestar a sua procedência

STF forma maioria para suspender presunção da ‘boa-fé’ no comércio do ouro
STF forma maioria para suspender presunção da ‘boa-fé’ no comércio do ouro
O Ministro Gilmar Mendes. Foto: Nelson Jr./STF
Apoie Siga-nos no

O Supremo Tribunal Federal formou maioria, neste sábado 29, para suspender a chamada ‘presunção da boa-fé’ no comércio do ouro, o que permitia aos compradores do material apresentarem como garantia de procedência apenas a palavra do garimpeiro de que a extração foi feita em área legal.

Os ministros acompanharam a decisão do ministro Gilmar Mendes proferida no último dia 19 que revoga o artigo da lei 12.844/2013 que autorizava ao vendedor do metal atestar a sua procedência.

Em seu voto, o ministro afirmou que a autodeclaração de boa-fé exclusivamente pelos vendedores do metal constitui em estímulo ao garimpo ilegal.

“É preciso que esse consórcio espúrio, formado entre garimpo ilegal e organizações criminosas, seja o quanto antes paralisado. O provimento de medida cautelar, pelo Supremo Tribunal Federal, é o meio adequado e necessário para tanto”, declarou Mendes.

Seis ministros já votaram de acordo com a decisão de Gilmar Mendes: Cármen Lúcia, Edson Fachin, Dias Toffoli, Rosa Weber e Alexandre de Moraes. Faltam os votos de André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux.

O julgamento ocorre no plenário virtual do STF e tem previsão de término no dia 2 de maio, se não houver pedido de vista ou de destaques, que impeçam a continuidade da deliberação.

A decisão do ministro também determina que o governo federal que adote, em 90 dias, um novo conjunto de regras para a fiscalização do produto, especialmente em relação à origem.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo