Política

O que Lira indica nos bastidores sobre a instalação de uma CPI contra o MST

O pedido de abertura da comissão conta com 171 assinaturas; na Câmara, parlamentares pretendem engrossar uma ofensiva contra o movimento

O que Lira indica nos bastidores sobre a instalação de uma CPI contra o MST
O que Lira indica nos bastidores sobre a instalação de uma CPI contra o MST
Foto: Ton Molina /Fotoarena
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a deputados da Frente Parlamentar Agropecuária que pode instalar uma CPI caso o Palácio do Planalto não consiga conter as ocupações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra durante o Abril Vermelho.

De autoria do Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), o requerimento de abertura do colegiado para investigar as iniciativas do MST conta com 171 assinaturas, entre elas as de parlamentares do PSD e do União Brasil – partidos representados na Esplanada dos Ministérios de Lula.

Inicialmente, segundo relatos feitos a CartaCapital, Lira resistia à ideia de instalar a comissão por acreditar que ela atrapalharia o andamento de pautas importantes na Casa, a exemplo da nova regra fiscal. A pressão pela abertura da CPI, contudo, aumentou após as recentes ações dos sem-terra.

O movimento deu início a uma nova etapa da jornada de ocupações no último final de semana, com atos em pelo menos sete estados e no Distrito Federal.

Entre os alvos das iniciativas esteve uma propriedade que pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Petrolina (PE). Os sem-terra, que reivindicam a retomada das políticas sociais no campo, ainda ocuparam sedes do Incra nos estados.

Aos deputados da “Bancada do Boi”, Lira evitou cravar uma data para ler o requerimento da CPI, mas destacou ter consultado a assessoria jurídica da Câmara e sinalizou que procurará integrantes do governo para tratar do tema.

Além da comissão, parlamentares estudam engrossar a ofensiva contra os sem-terra. A estratégia é apressar a tramitação de projetos de lei que enquadram ocupações de terras produtivas como crime de terrorismo, preveem a utilização de policiais na “retomada de propriedades ocupadas” e punem participantes das iniciativas.

Procurado pela reportagem, o MST informou que não se manifestará sobre o assunto.

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