Política

Empresa da família Maluf devolve R$ 152 milhões à prefeitura de São Paulo

A restituição é parte do acordo entre a Justiça e as partes envolvidas no esquema de desvio de verba sob a gestão de Paulo Maluf

Empresa da família Maluf devolve R$ 152 milhões à prefeitura de São Paulo
Empresa da família Maluf devolve R$ 152 milhões à prefeitura de São Paulo
O ex-prefeito paulistano Paulo Maluf. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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A Eucatex, empresa da família Maluf, e o Banco BTG Pactual restituíram a prefeitura de São Paulo nesta quarta-feira 19 em 152,8 milhões de reais.

O montante é a parte inicial do acordo firmado entre o Ministério Público, a Procuradoria-Geral da capital paulista e as empresas envolvidas no desvio de recursos das obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho e do Túnel Ayrton Senna, durante a gestão de Paulo Maluf, entre 1993 e 1998. 

Ao todo, as empresas precisam devolver 44 milhões de dólares aos cofres municipais, cerca de 220 milhões de reais.

O valor de restituição, no entanto, é inferior ao desviado. De acordo com os promotores, Maluf e outros acusados desviaram mais de 300 milhões de dólares de verbas municipais e enviaram o dinheiro para contas em outros países.

A prefeitura já havia recuperado 63 milhões de dólares que estavam em bancos internacionais. A Promotoria de São Paulo afirma que devem ser liberados em breve outros dois depósitos: de 15 milhões de reais para a Justiça Estadual e de 20 milhões de reais para a Justiça Federal.

Diante disso, a família Maluf perde mais de um terço da Eucatex e as ações passam ao poder do BTG Pactual.

A Eucatex se manifestou por meio da seguinte nota: “Com a concordância de todas as autoridades envolvidas e o aval dos entes reguladores, o acordo de autocomposição firmado pela Companhia e o Ministério Público encerra antiga controvérsia jurídica de forma definitiva e demonstra a postura colaborativa de empresa, que agora, sem estar sujeita a novos questionamentos, poderá seguir com suas atividades de forma estável e com segurança jurídica, além de alcançar novos níveis de governança corporativa de forma a confirmar as expectativas do mercado”.

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