Cultura

Rafa Kalimann: Falar sobre ansiedade é um ato de coragem

Em entrevista a CartaCapital no Instagram, apresentadora comentou o relato que deu em rede nacional sobre transtorno que vive desde 2018

Rafa Kalimann: Falar sobre ansiedade é um ato de coragem
Rafa Kalimann: Falar sobre ansiedade é um ato de coragem
A apresentadora, influenciadora e modelo Rafa Kalimann. Foto: Divulgação
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Apresentadora, influenciadora e vice-campeã do Big Brother Brasil 20, da TV Globo, Rafa Kalimann causou comoção ao falar abertamente sobre o seu transtorno de ansiedade, no domingo 9, em rede nacional.

Na ocasião, ela se apresentava no quadro Dança dos Famosos, do programa Domingão do Huck, e relatou aos jurados como a atividade tem lhe ajudado a superar com as crises de pânico que sofre desde 2018.

Em entrevista a CartaCapital, no Instagram, Kalimann diz que falar sobre o tema publicamente foi um “ato de coragem”, porque muitas vezes a sociedade duvida sobre a seriedade do assunto. Segundo ela, o preconceito pode, eventualmente, desestimular as vítimas da doença na busca de ajuda médica.

“É um ato de muita coragem a gente conseguir escancarar essa doença, porque é muito julgada. Não sei em qual momento da nossa vida isso foi colocado com tamanho tabu e preconceito”, afirmou. “A gente sente vergonha, e não há motivo para sentir vergonha. Eu demorei a encontrar o eixo de novo.”

Kalimann relatou que sua psicóloga lhe deu os alertas iniciais sobre os reflexos do excesso de dedicação ao trabalho. A primeira crise ocorreu dentro de um avião. Os sintomas se repetiram em outros ambientes, até que, em outubro do ano passado, a intensidade aumentou.

A apresentadora passou a sofrer mais de uma crise por dia. Em certos momentos, ver conteúdos sobre si mesma na internet lhe acendia os sintomas. Com o tratamento médico, hoje ela consegue administrar o transtorno.

Kalimann observa que, na atualidade, as crianças e jovens estão mais sujeitas a essas complicações.

“A tendência é de que mais pessoas sejam diagnosticadas com ansiedade, pânico e depressão. A gente teve uma ruptura com a pandemia, que trouxe muitos traumas. Então, que a gente esteja atenta principalmente às crianças, para que tenham abertura para desabafar”, comenta.

Aos 30 anos, a jovem mineira saiu de casa aos 14 para perseguir os seus desejos profissionais. Hoje, ela se divide entre os trabalhos na televisão e a colaboração com projetos sociais em diferentes áreas.

Durante a entrevista, ela contou sobre a sua atuação como embaixadora da organização não-governamental Missão África e como madrinha de outras três iniciativas: o S. O. S. Pantanal, que defende políticas públicas para a sustentabilidade, o Rocinha em Cena, que promove o acesso à profissionalização da cultura na favela da Rocinha, e o Hospital do Câncer de Goiás Francisco Camargo, que oferece cuidados a pacientes de diferentes idades.

Há cerca de um ano, ela esteve no palanque do Ato pela Terra, convocado pelo cantor Caetano Veloso e mobilizado por mais de uma dezena de organizações e movimentos sociais, como o Greenpeace Brasil, o Observatório do Clima e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A manifestação contou com diversos artistas e ativistas da sustentabilidade e protestou contra projetos de lei que compunham o chamado “pacote da destruição”.

Questionada sobre como lidar com um possível sentimento de desconfiança do público em relação às suas ações sociais, Kalimann criticou julgamentos e incentivou que as pessoas se integrem a essas iniciativas.

“Eu não aprendi a lidar com isso e não quero ter que aprender a lidar com o julgamento de outra pessoa em relação a isso”, afirmou. “A pessoa que julga uma ação social da outra, independente do que a outra está fazendo, é porque a pessoa não faz. Quando você faz, você quer até que que as pessoas que fazem para aparecer façam. Eu prefiro que uma pessoa doe e poste que está doando do que não doe.”

Autodeclarada cristã, Kalimann afirma que está tranquila em relação as suas intenções.

“Na minha crença, eu acho que Deus vê a nossa intenção. Esse é o único medo que eu tenho: que a minha intenção não agrade a Ele. Se o outro está fazendo isso para aparecer, ele que lide com a frustração disso, mas que faça”, disse. “Outro ponto importante é: se as pessoas não postam, não comunicam, como as pessoas se ligariam de que têm que ajudar de alguma maneira? Acho muito mais feio quem julga do que quem faz e mostra.”

Assista à entrevista na íntegra no Instagram de CartaCapital, na aba de vídeos.

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