CartaExpressa
Campos Neto diz que juros altos não são um problema apenas do BC, mas ‘da sociedade’
A decisão do Copom de manter a Selic, em 13,75% ao ano está no centro das críticas do governo Lula à instituição
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira 5 que os altos juros no País têm razões diversas e representam um problema não apenas do BC, mas do governo e da sociedade.
A decisão do Comitê de Política Monetária da instituição de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano está no centro das críticas do governo Lula.
“O problema dos juros é de todos, do BC, da sociedade, do governo. A taxa de juro real é alta, mas tenho 42% de crédito direcionado, não só do BNDES. Se eu tiver mais crédito livre, a potência da política monetária aumenta e o juro é mais baixo. Se quer dar crédito subsidiado para todo mundo, a taxa será mais alta”, alegou. Campos Neto participou, nesta manhã, de um encontro com empresários do Grupo Esfera.
Ele ainda avaliou que o Brasil tem “um problema estrutural para cortar despesas” e que o BC “é só parte da solução, mas tem que ter participação do Ministério da Fazenda, do Congresso”. Campos Neto defendeu, também, que uma Reforma Administrativa poderia auxiliar em cortes de despesas obrigatórias do governo.
Segue, porém, o impasse entre BC e governo em relação à Selic. Na última sexta 31, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o “abuso dos juros” praticados no Brasil. A declaração do petista vem na esteira da apresentação da nova regra fiscal, a substituir o teto de gastos. O texto foi formalmente apresentado na quinta-feira 30 e chegará ao Congresso Nacional na primeira quinzena de abril.
Relacionadas
CartaExpressa
Número de mortos no Rio Grande do Sul vai a 155; desaparecidos somam 94
Por CartaCapitalCartaExpressa
PF conclui investigação e indicia servidora que aplicou provas por vazamento do Enem
Por CartaCapitalCartaExpressa
Testes em urnas eletrônicas reiteram que sistema de votação é seguro
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.