Economia
Conselho da Previdência aprova juros de 1,97% para empréstimos consignados do INSS
O tema se converteu em polêmica neste mês após o CNPS avalizar uma queda no índice; bancos interromperam a concessão de crédito


O Conselho Nacional de Previdência Social aprovou nesta terça-feira 28 um aumento de 1,70% para 1,97% no teto de juros para a concessão de empréstimos consignados a aposentados e pensionistas do INSS. A decisão contou com um aval do presidente Lula (PT).
O tema se converteu em polêmica após o CNPS aprovar uma queda no índice, o que fez bancos começarem a suspender a oferta do crédito.
Em 13 de março, o Conselho reduziu de 2,14% para 1,70% ao mês o índice máximo de juros no empréstimo pessoal. Entre as instituições que interromperam a concessão estão Bradesco, Itaú, Pan e Daycoval, além dos públicos Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
O CNPS, que tem a palavra final sobre o teto dos juros, é presidido pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e composto por representantes do governo federal, dos aposentados e pensionistas, dos trabalhadores em atividade e dos empregadores.
Os 15 integrantes se dividem da seguinte forma:
- seis do governo
- três dos sindicatos de empregados
- três dos aposentados
- três dos sindicatos de empregadores
Nesta terça, Lula recebeu no Palácio da Alvorada os ministros da Fazenda, Fenando Haddad; da Previdência Social, Carlos Lupi; do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Levantamos a discussão sobre algo que estava obscuro e jogamos luz. A partir desse princípio, tivemos várias reuniões com equipes do governo para definir a taxa”, disse Lupi nesta terça. “A manutenção da taxa Selic em 13,75%, pelo Banco Central, gerou um cenário adverso na economia do Brasil e impactou na definição do Conselho.”
O CNPS também decidiu iniciar em até 60 dias um processo de criação de grupos de trabalho sobre a operação do cartão de crédito consignado e o endividamento dos beneficiários.
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