Política
Chefe da Secom questiona decisão de juíza que tirou o sigilo da investigação sobre PCC
Paulo Pimenta disse ser um erro de Gabriela Hardt liberar arquivos de uma investigação em curso sobre um tema sensível


O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, questionou a decisão da juíza Gabriela Hardt de retirar o sigilo do inquérito que investigava o Primeiro Comando da Capital (PCC). A decisão foi tomada pela magistrada na quinta-feira 23 após repercussão do caso na mídia, que revelou um plano de ataques contra autoridades, entra elas o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
“Isso ajuda na investigação e nas ações contra essa poderosa organização criminosa? Qual o objetivo da juíza em retirar o sigilo?”, escreveu Pimenta nas redes sociais nesta sexta-feira 24. “Uma juíza retirar o sigilo de um inquérito sensível e perigoso que ainda está em curso, sem combinar com a PF que está no comando da investigação, ajuda no quê? Tudo isso para ajudar a narrativa de um amigo? Vocês acham normal? Não se indignam?”.
A decisão de Hardt de liberar os documentos tornou possível conhecer detalhes que deram aval à Operação Sequaz. Uma das revelações envolve um possível plano para atacar Moro no dia do segundo turno da eleição presidencial de 2022. Também veio à tona a informação de que criminosos tinham acesso a um sistema de monitoramento por câmeras do governo de São Paulo.
Para Pimenta, as revelações permitidas pela decisão da juíza só atrapalham o andamento da operação, que ainda está em curso. “Gabriela Hardt acaba expondo as investigações e, consequentemente, atrapalhando-as, já que as apurações seguem em curso e tratam de um tema sensível, que é o das organizações criminosas. Seu objetivo foi ajudar a PF?”, insistiu o ministro.
Nas publicações, o chefe da Secom acusa ainda a juíza de ter se ‘apropriado da ação por interesses pessoais’. A juíza é amiga de Moro e o substituiu quando ele desistiu da carreira para se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PL).
Leia as publicações:
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Juíza tirou sigilo de documentos sobre ação contra o PCC após ‘repercussão na mídia’
Por CartaCapital
Ataque contra Moro poderia acontecer no dia do 2º turno da eleição, indica decisão de juíza
Por CartaCapital
Grupo do PCC que planejava ataques tinha acesso a sistemas da segurança pública, diz PF
Por CartaCapital
Lula não questionou investigação sobre o PCC, mas um ‘conjunto de coincidências’, diz ministro
Por CartaCapital