Política
A nova data de retorno de Bolsonaro ao Brasil
O ex-capitão tem passagens compradas para o dia 29 de março e deve chegar ao Brasil no dia seguinte; data foi escolhida porque Lula não estará no Brasil


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comprou passagens para voltar ao Brasil e deve desembarcar no País no dia 30 de março, próxima quinta-feira. A informação foi confirmada pelo Partido Liberal, que pretende transformar a chegada do ex-capitão em um evento de apoio ao político.
Segundo as informações da assessoria do partido, Bolsonaro sairá de Orlando (EUA), onde está hospedado desde a última semana de dezembro, em um voo comercial previsto para decolar às 21h55. A chegada no Brasil, se tudo correr conforme o planejado, será às 7h10 do dia 30.
A data, informa o jornal O Globo, não é uma coincidência e foi escolhida porque, neste dia, Lula (PT) estará fora do Brasil, em viagem oficial para a China. A intenção é usar o aeroporto como palanque. O PL espera que Bolsonaro seja recebido por centenas de apoiadores em Brasília.
De acordo com afirmações do próprio Bolsonaro, ao pisar no Brasil, a intenção é fazer sua vida ‘voltar à normalidade’. Ele deve, segundo suas próprias palavras, assumir o posto que lhe foi dado no PL, o cargo de presidente de honra do partido. Com isso, poderá iniciar as viagens pelo Brasil para fazer imagens a serem usadas nas campanhas municipais em 2024, conforme planeja Valdemar Costa Neto desde o ano passado. A intenção do PL, inclusive, é de retomar as motociatas com a presença de Bolsonaro. Os passeios custaram, enquanto ele esteve na Presidência, cerca de 100 mil reais por edição.
O ex-capitão chegará ao Brasil cercado de acusações. A mais recente delas é a de que tentou se apropriar de joias avaliadas em 16,5 milhões de reais dadas pela Arábia Saudita ao Brasil. Em outra linha de acusações, Bolsonaro poderá ficar inelegível por ter reunido embaixadores para apresentar falsas acusações de fraudes nas eleições brasileiras. O caso é o mais avançado na Justiça contra o ex-capitão.
Além das duas acusações mais evidentes, há ao menos outras 15 ações que podem cassar os direitos políticos do ex-presidente. Bolsonaro, inclusive, já admitiu que poderá ficar inelegível em breve. Ele rechaçou, porém, a possibilidade de ser preso.
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