Política

‘Não penso mais em lista tríplice’, diz Lula sobre critério de escolha do novo PGR

O presidente afirmou que a decisão se baseará no caráter e no currículo de serviços prestados ao País

‘Não penso mais em lista tríplice’, diz Lula sobre critério de escolha do novo PGR
‘Não penso mais em lista tríplice’, diz Lula sobre critério de escolha do novo PGR
O presidente Lula. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse não considerar a lista tríplice como um critério para escolher o novo procurador-geral da República, que substituirá Augusto Aras a partir de setembro. A declaração foi concedida nesta quinta-feira 2, em entrevista à BandNews FM.

Lula afirmou que o critério será pessoal e que espera escolher um “cidadão decente, digno, de muito caráter e que seja respeitado pelos bons serviços prestados ao País”.

A lista tríplice é o nome dado ao resultado de uma espécie de eleição interna do Ministério Público que aponta três membros indicados pelo órgão para ocupar o cargo. O procurador-geral é o chefe do Ministério Público Federal.

Tornou-se uma tradição que os comandantes do MPF sejam nomeados pelo presidente da República a partir dos três indicados pelo órgão. Porém, essa não é uma obrigação. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, ignorou o pleito e escolheu Aras.

“Eu não penso mais em listra tríplice”, declarou.  “Quando eu vim para a Presidência, eu trouxe a experiência do sindicato. Então, tudo para mim era lista tríplice. Já está provado que nem sempre a lista tríplice resolve o problema. Então, eu vou ser mais criterioso para escolher o próximo procurador-geral da República.”

A duração do mandato de um PGR é de dois anos. Aras chegou a ser reconduzido ao cargo, o que lhe fez permanecer por todo o governo Bolsonaro. O jurista, no entanto, é criticado por entidades do ramo por suposta omissão e favorecimento ao ex-presidente e chegou a ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal.

Aras, por sua vez, já rebateu as críticas em nota, na qual negou “inércia ministerial”, disse que não age sozinho e argumentou que todos os processos retornam aos tribunais superiores com manifestações fundamentadas”.

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