Política
Sob governo Bolsonaro, Brasil abriu mais de 1,6 mil lojas de armas de munição
Até dezembro de 2022, País registrou mais de 3,2 mil registros ativos de armamentos, conforme dados divulgados pelo Exército


Durante os quatro anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mais de 1,6 mil novos comércios de armamentos e munições foram abertos no País.
Apenas em 2022, o Exército autorizou o registro de 605 estabelecimentos voltados à atividade. Os dados foram obtidos pelo portal Metrópoles, por meio da Lei de Acesso à Informação.
Até o fim do ano passado, o Brasil tinha 3.209 lojas autorizadas pelo Exército para comercialização de armas e munições. No entanto, os militares afirmaram não terem a informação de quantos estabelecimentos ainda estavam ativos nos anos anteriores.
Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro assinou inúmeros decretos facilitando acesso a armas de fogo no Brasil e flexibilizou o acesso de armamentos para colecionadores, atiradores e caçadores.
A regulamentação e liberação de comércio de armamentos no Brasil é feita pelo Exército. Empresas interessadas na atividade devem apresentar uma lista de requisitos e medidas para controle de acesso a pessoas no local que guardam os materiais.
Como uma das primeiras medidas de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revogou os decretos que flexibilizavam o acesso a armamentos, na tentativa de conter o avanço da pauta armamentista defendida por bolsonaristas.
No início de fevereiro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que todas as armas em circulação no Brasil fossem cadastradas na Polícia Federal, retirando o protagonismo do Exército no controle dos armamentos.
No ano passado, as Forças Armadas afirmaram que não tinham registro de quantas armas estavam em circulação nos estados brasileiros.
Nos primeiros 18 dias da nova legislatura da Câmara dos Deputados, 15 iniciativas foram apresentadas pela base aliada do ex-capitão para derrubar a revogação dos decretos que permitiam a compra de armamentos por civis.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Dino não prorrogará prazo para recadastramento de armas de fogo: ‘Acabou o liberou geral’
Por CartaCapital
Decreto que limita compra de armas é constitucional, decide Gilmar Mendes
Por Getulio Xavier