CartaExpressa
‘Se eu mandar munição à Ucrânia, entrei na guerra. Eu quero acabar com a guerra’, diz Lula nos EUA
O presidente defendeu, em entrevista à CNN International, sua decisão de não fortalecer o exército de Kiev ante a invasão russa


O presidente Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira 10 que a invasão da Ucrânia “foi um equívoco da Rússia” e que o governo de Vladimir Putin “não poderia ter feito isso”. Ele defendeu, porém, sua decisão de não enviar munições para as forças de Kiev, como pediu recentemente o chanceler alemão, Olaf Scholz, em visita a Brasília.
Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN International, Lula foi questionado se a Ucrânia não tem o direito de se defender da invasão russa.
“Lógico que ela tem o direito de se defender, até porque a invasão foi um equívoco da Rússia. Ela não poderia ter feito isso. Isso não foi discutido no Conselho de Segurança [da ONU]. O que eu quero é dizer o seguinte: o que tinha de ser feito de errado já foi feito. Agora, é preciso encontrar pessoas para tentar ajudar a consertar”, respondeu o presidente.
Lula também afirmou que se dedicará a “encontrar um caminho para alguém falar em paz”. Na sequência, a jornalista lembrou ao presidente que Olaf Scholz pediu o envio de munição para os tanques de Kiev, sugestão recusada por Lula.
“Eu não quis mandar. Se eu mandar, entrei na guerra”, admitiu. “Se eu mandar as munições que ele está pedindo, entrei na guerra. Eu não quero entrar na guerra, eu quero acabar com a guerra. Esse é o meu compromisso.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.