Economia

Haddad anuncia pacote para reverter rombo nas contas públicas em 2023

No total, entre receitas e cortes de gastos, as medidas passam dos 243 bilhões de reais

Haddad anuncia pacote para reverter rombo nas contas públicas em 2023
Haddad anuncia pacote para reverter rombo nas contas públicas em 2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assume o cargo em cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira 12 um pacote de ações para reverter o déficit nas contas públicas, hoje previsto em 231,5 bilhões de reais. Em 2 de janeiro, logo após sua posse, ele afirmou que o governo “não aceitará” um rombo dessa magnitude.

No total, entre receitas e cortes de gastos, as medidas somam 243,68 bilhões de reais.

Uma das propostas é um programa para parcelamento extraordinário de dívidas, intitulado “Litígio Zero”. Outra medida é o fim do desempate a favor dos contribuintes em julgamentos no Conselho de Administração de Recursos Fiscais, o Carf.

Também está no pacote o fim dos recursos de ofício para dívidas de menos de 15 milhões de reais, o que encerraria o litígio e poderia levar ao fim cerca de mil processos no Carf, no total de 6 bilhões de reais.

Há, ainda, o objetivo de reduzir em 50 bilhões de reais as despesas, além do plano de retirar o ICMS da base de cálculo dos créditos tributários de PIS/Cofins, uma medida com potencial de aumentar a arrecadação em 30 bilhões de reais, nas contas do governo.

O Ministério da Fazenda projeta que, se executadas integralmente, as ações podem levar não apenas a uma redução do déficit, mas um saldo positivo nas contas de até 11,1 bilhões de reais.

“A meta de cada ação zera o déficit, mas nós sabemos que isso não vai ser atingido. Mesmo que a gente tome medidas para repor a frustração, tem um atraso que vai acontecer. E há despesas que podem surgir, porque a gente não recebeu o governo com transparência”, admitiu o ministro. “Mas nós entendemos que essas medidas, aprovadas pelo Congresso, se tiver uma resposta da autoridade monetária, nós podemos pensar 2023 com déficit inferir a 1% do PIB. Vamos perseguir essa meta.”

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