CartaExpressa
Advogados pedem que Bolsonaro seja investigado por suposto envolvimento com meninas venezuelanas
Prerrogativas denúncia que o homem ‘mais importante do país’ expôs jovens venezuelanas e não tomou providências sobre suposto caso de prostituição


O grupo Prerrogativas, composto por advogados e juristas, apresentou uma notícia crime contra Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal solicitando que o presidente seja investigado por dizer que “pintou um clima” durante visita feita a adolescentes venezuenalas em São Sebastião, no Distrito Federal.
Em entrevista a um podcast na sexta-feira 14, o ex-capitão disse que se encontrou com meninas venezuelanas em São Sebastião, periferia do Distrito Federal, durante passeio de moto – momento em que diz que ‘rolou um clima’, o que o motivou a parar a moto e perguntar se poderia ir visitar a casa das garotas.
“Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na tua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [num] sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a tua filha, que está nos ouvindo aqui agora. E como chegou neste ponto? Escolhas erradas”, relatou o presidente ao entrevistador.
Para a ordem de advogados, as declarações do ex-capitão devem ser alvo de investigação criminal, seja pelo suposto conhecimento de uma prática ilegal sem tomar as medidas cabíveis – o que corresponde ao crime de prevaricação – ou pela inverdade do fato, o que acarretou na exposição negativa das adolescentes.
“O absurdo é tamanho que na fala do presidente da República este expõe determinadas crianças venezuelanas, que vivem na região administrativa de São Sebastião, no Distrito Federal, como praticantes de atos de prostituição infantil”, destaca a notícia-crime.
A notícia-crime é assinada pelos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos, Gabriela Araujo, Antônio Carlos De Almeida Castro, Michel Saliba Oliveira e Marina Morais Alves.
Confira à íntegra:
NOTÍCIA-CRIME - Meninas Venezuelanas - JBApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.