Política

Moraes manda partido de Bolsonaro explicar documento com insinuações contra urnas

Segundo o ministro do STF, o parecer traz ‘notícias fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário’

Moraes manda partido de Bolsonaro explicar documento com insinuações contra urnas
Moraes manda partido de Bolsonaro explicar documento com insinuações contra urnas
Alexandre de Moraes arca agora com seu indispensável papel - Imagem: Marcelo Camargo/ABR
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quinta-feira 29 que o PL, partido de Jair Bolsonaro, explique em até 48 horas a contratação de um serviço de auditoria que gerou um relatório com ilações sobre o sistema eletrônico de votação.

A legenda, presidida por Valdemar Costa Neto, terá de encaminhar o contrato firmado com a empresa responsável pelo parecer. Deverá, ainda, informar os gastos realizados com a contratação, além de enviar as notas fiscais e explicar de onde saiu o dinheiro utilizado. O despacho de Moraes se deu no âmbito do Inquérito das Fake News.

Na decisão desta quinta, Moraes afirma que o documento traz “notícias fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário”.

Mais cedo, o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, mandou o PL informar, em até 24 horas, se usou dinheiro público para contratar o serviço de auditoria.

O PL alegou no informe supostamente técnico, divulgado na quarta 28, que não havia “qualquer controle externo” sobre o código-fonte dos programas da urna eletrônica e dos sistemas eleitorais e que havia “um poder absoluto de manipular resultados da eleição”.

A legenda também alegou que “a gestão de fornecedores da cadeia de tecnologias de informação e comunicação mostra-se precária” e que “o TSE não possui uma política de segurança da informação no relacionamento com fornecedores”.

Além disso, a sigla disse que “sem a assinatura eletrônica qualificada, com um certificado digital da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira, os documentos  gerados pela urna eletrônica não têm a garantia de que o seu conteúdo é verdadeiro”.

Por fim, o PL declarou que “o TSE não respondeu aos inúmeros pedidos para agendar uma reunião para tratar do tema” e que “este fato tornou necessária a divulgação dos resultados da avaliação da equipe técnica do PL sobre os documentos públicos encontrados”

Ainda na quarta 28, o Tribunal Superior Eleitoral disse, em nota, que “as conclusões são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade” e reúnem “informações atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”.

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