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Bolsonaro questiona 33 milhões de famintos: ‘Você vê alguém pedindo pão? Não vê, pô’

Um levantamento indicou ainda que, em menos de um ano, 14 milhões entraram em situação de vulnerabilidade alimentar

Foto: Reprodução/Jovem Pan
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou nesta sexta-feira 26 os dados que apontam o aumento da fome no Brasil. A postura segue em linha com a estratégia de negar a responsabilidade de seu governo pelo caos econômico a se abater sobre o País.

Publicado no início de junho, o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil já alertava: são 33,1 milhões de pessoas a passar fome no País, o mesmo nível de 30 anos atrás.

“Hoje em dia, a extrema pobreza é quem ganha até 1,9 dólar por dia, são 10 reais. O Auxílio Brasil hoje paga 20 reais por dia, então esses 30 milhões podem buscar o Auxílio Brasil”, disse o ex-capitão em entrevista ao Pânico, da Jovem Pan. “Alguém vê alguém pedindo pão no caixa da padaria? Você não vê, pô. Até no interior… Tem gente que passa mal, sim, mas quem porventura está na linha da pobreza, passando fome, que sim, deve ter gente que passa fome… Tá na iminência aqui da própria Caixa Econômica, junto com o Ministério da Cidadania. Tem um aplicativo para o cara se cadastrar no Auxílio Brasil, sem depender de favores aí de gente do município.”

O levantamento de junho indicou ainda que, em menos de um ano, 14 milhões entraram em situação de vulnerabilidade alimentar. 6 a cada 10 brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar. 

Em julho, um relatório divulgado por agências da Organização das Nações Unidas trouxe detalhes preocupantes sobre a mais grave face da crise econômica nacional: a fome.

O número de pessoas no País a sofrerem com insegurança alimentar moderada ou grave disparou de 37,5 milhões entre 2014 e 2016 para 61,3 milhões entre 2019 e 2021. Neste período, 15,4 milhões de brasileiros viveram sob insegurança alimentar grave. Entre 2014 e 2016, eram 3,9 milhões.

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