Política

Cármen ao ser interrompida no STF: ‘Faço valer o meu direito de falar e de votar’

A ministra do Supremo Tribunal Federal experimentou nesta quarta-feira um exemplo prático do chamado ‘manterrupting’

A ministra Carmém Lúcia.
Apoie Siga-nos no

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), experimentou nesta quarta-feira 8, um exemplo prático do chamado “manterrupting”. A expressão emprestada do inglês é resultado da união das palavras man (homem) e interrupting (interrompendo) e foi criada para ilustrar situações em que um homem não deixar a mulher falar.

Cármen Lúcia tentava pautar um processo que não estava previsto na pauta de julgamentos quando, antes mesmo de conseguir concluir a apresentação da questão de ordem, foi interrompida diversas vezes pelos colegas Luiz Fux, Kassio Nunes Marques, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Ela passou mais de vinte minutos até conseguir tomar a palavra para fazer a leitura do voto e do relatório.

A situação foi percebida pela também ministra Rosa Weber. Elas são as duas únicas mulheres na composição atual do STF. “Eu não posso me furtar ao registro de que finalmente eu consegui o que eu tanto queria, que era ouvir o voto da eminente relatora na questão de ordem”, disse Rosa após sair em defesa da colega e insistir em ouvi-la.

Ao final da sessão, Fux tentou se justificar e disse que não teve a intenção de interromper a colega, apenas de “mediar” a sessão.

“A minha proposição inicial se deu pelo fato de ter prévio conhecimento da leitura do voto de Vossa Excelência. Jamais foi minha intenção suprimir a sua palavra”, disse o presidente do STF. “Na qualidade de presidente, tentei mediar”, acrescentou.

Em resposta, Cármen Lúcia contemporizou a situação: “Nem se preocupe. Mesmo que suprimam, eu faço valer o meu direito de falar e de votar. Nós mulheres não temos cerimônia.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo