Política
Bolsonaro participa de culto evangélico nas dependências da Câmara
Ao reservar a agenda para o culto, Bolsonaro busca fidelizar o eleitorado evangélico


O presidente Jair Bolsonaro participa na manhã desta quarta-feira de culto evangélico no auditório Nereu Ramos, que fica na Câmara dos Deputados. Ministros do governo e parlamentares da “Bancada da Bíblia” marcam presença na cerimônia, organizada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder dos evangélicos no Congresso Nacional, e presidida pelo pastor Cláudio Duarte.
Ao reservar a agenda para o culto, Bolsonaro busca fidelizar o eleitorado evangélico que tem sido procurado por seu principal adversário político na disputa pelo Palácio do Planalto, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Ao mesmo tempo, conselheiros políticos do presidente têm orientado uma expansão na base de apoio, em direção ao Centro político, considerado fiel da balança de qualquer eleição.
O novo aceno aos evangélicos vem diante de um estremecimento na relação do governo com o segmento, após Bolsonaro escolher o deputado Marcos Pontes (PL-SP) para concorrer a senador em São Paulo na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato a governador. Como revelou o Estadão/Broadcast, Sóstenes Cavalcante considerou a decisão um erro. O nome preferido da Bancada da Bíblia era o deputado Marco Feliciano (PL-SP), que é pastor.
A opção por rifar a ex-ministra Damares Alves (Republicanos) na corrida ao senado no DF em favor da ex-ministra Flávia Arruda (PL), ligada ao Centrão, também gerou incômodo entre os evangélicos.
Bolsonaro chegou ao auditório Nereu Ramos por volta das 8h20. Sem falar com a imprensa, conversou com parlamentares da bancada evangélica, como Marco Feliciano, e deve se pronunciar ao longo do evento.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Em julho, Bolsonaro dedicou 40% da sua agenda para evangélicos
Por Agência Pública
Para conquistar o voto dos evangélicos, a esquerda terá que recuar de pautas progressistas?
Por Caio César