Justiça

Juiz recebe denúncia contra três homens pelos assassinatos de Bruno e Dom

Um magistrado de Tabatinga (AM) determinou que a defesa dos acusados apresente sua manifestação em até 10 dias

Foto: Evaristo Sá/AFP
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O juiz federal Adriano Verli, da Vara Federal Cível e Criminal de Tabatinga (AM), recebeu nesta sexta-feira 22 a denúncia do Ministério Público Federal contra três homens investigados pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.

Os alvos da denúncia são Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”; Oseney da Costa Oliveira, irmão de Amarildo e apelidado de “Dos Santos”; e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”.

Para o MPF, o que motivou o crime foi Bruno ter solicitado a Dom que registrasse imagens do barco de Amarildo para comprovar a pesca ilegal em território indígena. A motivação, considerada fútil, pode agravar a pena. Outro agravante apontado na denúncia é a impossibilidade de defesa de Bruno, atingido por um tiro nas costas.

A morte de Dom, por sua vez, é indicada nos documentos como uma tentativa de “assegurar a impunidade do crime contra Bruno”. Nos autos, o MPF registra que o indigenista tinha desentendimentos prévios com Amarildo pela atividade ilegal do acusado.

“Importa que, neste caso concreto, temos duas confissões críveis nos autos (as de ‘Pelado’ e ‘Pelado da Dinha’). Fotos, restos mortais que só foram encontrados pelas indicações de acusados. Temos testemunhos precisos, laudos, tudo confluindo para uma probabilidade alta de autoria pelos acusados”, diz trecho da decisão que recebeu a denúncia.

Verli determinou que a defesa dos acusados apresente sua manifestação em até 10 dias, “oferecendo documentos e justificações, especificando provas e indicando testemunhas que realmente saibam dos fatos tratados nos autos, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário”.

Solicitou também que o MPF se pronuncie em até cinco dias sobre a participação, como assistentes, das viúvas de Bruno e Dom.

Em seu despacho, o magistrado ainda escreveu que “o caso é muito triste, trágico”, além de revelar “o grau de abandono dessa região ainda muito preservada e de valor ecológico e etnográfico inestimáveis”.

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