Política
Aras diz que vencedor da eleição ‘vai tomar posse’ e rejeita ‘interferência forçada’ de militares
A correspondentes internacionais, o PGR tentou se desvincular das críticas de que seria condescendente com o governo Bolsonaro


O procurador-geral da República, Augusto Aras, declarou nesta segunda-feira 11 que o vencedor da eleição presidencial deste ano “vai tomar posse, sem maior turbulência”. Delimitou, ainda, a atuação das Forças Armadas no pleito, sob a liderança do Tribunal Superior Eleitoral.
“Se o presidente do TSE entender cabível que as Forças Armadas participem do processo, essa participação poderá ocorrer de forma normal”, disse Aras em entrevista a correspondentes internacionais. “O que não podemos admitir é uma interferência forçada das Forças Armadas no processo eleitoral, porque as Forças Armadas têm suas competências na Constituição.”
O chefe do Ministério Público Federal também avaliou que as urnas eletrônicas, alvos constantes de ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro, tiveram “sucesso” ao longo dos anos para garantir a integridade dos pleitos. Ele destacou, porém, que “qualquer sistema exige aprimoramento”.
“Não se trata de uma volta ao voto impresso. Seria um retrocesso para uma geração como a minha, que conheceu fraudes”, prosseguiu. “Mas defendemos para o futuro uma evolução no sentido de que tenhamos meios de alcançar uma verificação extraordinária, não havendo motivo de que se duvide da autenticidade do resultado.”
Aos correspondentes, Aras tentou se desvincular das críticas de que seria condescendente com o governo Bolsonaro. Segundo ele, sua gestão abriu oito inquéritos contra o ex-capitão.
O procurador-geral ainda foi questionado sobre o assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), por Jorge José da Rocha Guaranho, policial penal federal e bolsonarista fanático. Aras afirmou que a PGR colaborará com as autoridades do Paraná para esclarecer o caso.
Para ele, “a polarização é um aspecto social que já preocupa há um tempo a todos”.
(Com informações da AFP)
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