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Bolsonaro gastou mais de R$ 2 milhões para encontrar Putin e Orbán, diz jornal
O maior custo foi com diárias da comitiva de 70 pessoas que acompanharam o presidente. Há ainda gastos com testes de Covid, montagem de escritório e aluguel de carros
Os custos das viagens de Jair Bolsonaro (PL) à Rússia e à Hungria superam a casa dos 2 milhões de reais, revelou o jornal O Globo desta terça-feira 8. Os valores, de acordo com a publicação, foram informados pelo governo federal via Lei de Acesso à Informação.
Segundo o jornal, os maiores custos foram com diárias: 211,4 mil dólares gastos pela comitiva do ex-capitão. Na cotação atual, o valor supera 1 milhão de reais. Em Moscou, onde Bolsonaro encontrou o presidente russo, Vladimir Putin, o montante gasto com hospedagem, alimentação e locomoção das 70 pessoas que acompanharam o presidente soma 657 mil reais. Em Budapeste, o grupo de Bolsonaro gastou outros 416 mil reais.
Os cofres públicos tiveram ainda que desembolsar outros 192 mil reais para levar os acompanhantes de Bolsonaro que não usaram voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para chegar na Europa. Ao todo, 11 pessoas usaram voo comercial para chegar à Rússia e 10 no deslocamento até a Hungria.
Outra fatia significativa dos custos da passagem de Bolsonaro por Moscou foi o aluguel de veículos: cerca de 650 mil reais. Testes de Covid somam 5,7 mil reais e a montagem de escritórios para que a comitiva operasse no país superam 100 mil reais.
Bolsonaro esteve na Rússia para se encontrar com Putin e na Hungria para um breve encontro com o extremista da direita Viktor Orbán. Na ocasião, chegou a insinuar que foi o responsável por levar a paz e reduzir as tensões entre Rússia e Ucrânia. Dias depois, no entanto, Putin iniciou a invasão do país vizinho. Com Orbán, Bolsonaro celebrou as ‘afinidades’ que mantém com o político que se encaminha para se tornar um ditador na Hungria.
De acordo com o jornal, o governo informou que não houve custeio para levar o vereador Carlos Bolsonaro como acompanhante do pai na viagem. A presença do filho zero dois na comitiva é alvo de suspeitas e apurações. A justificativa ‘oficial’ de Bolsonaro para levar o filho foi a de que ele é responsável por ‘mexer nas redes sociais’.
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