Economia

Guedes diz que ficaria no governo num eventual segundo mandato de Bolsonaro

Postura contraria declarações de Flávio Bolsonaro, que colocou dúvidas sobre a permanência do ministro em caso de reeleição

Guedes diz que ficaria no governo num eventual segundo mandato de Bolsonaro
Guedes diz que ficaria no governo num eventual segundo mandato de Bolsonaro
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia. Foto: Alan Santos/PR Paulo Guedes e suas teimosias. Foto: Alan Santos/PR
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que estaria disposto a continuar no governo num eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro. Essa é a primeira vez que o ministro assume publicamente a intenção de permanecer no Executivo federal, caso Bolsonaro vença as eleições de outubro.

Em entrevista à TV Jovem Pan News, Guedes foi perguntado diretamente se aceitaria ficar mais quatro anos no cargo. Primeiro, afirmou que “sim” e, depois, completou:

— Tem muita coisa sendo feita, que eu acho que essa aliança de centro-direita deveria seguir. E eu acho que eu seria alguém que estaria disposto a continuar (no governo).

Em entrevista ao GLOBO, publicada no início deste mês, o senador Flávio Bolsonaro, coordenador do comitê de campanha à reeleição do presidente, reconheceu que o papel exercido pelo chefe da equipe econômica é “cansativo”, e disse que mas que só depende de Guedes “continuar dando a sua contribuição” ao governo.

Enquanto isso, nos bastidores, Guedes tem cobrado compromisso de Bolsonaro e do governo com a agenda liberal. Nos últimos meses, o apoio de Bolsonaro e de outros integrantes do Executivo à agenda de Guedes e o empenho desses atores para aprovar medidas no Congresso têm sido questionados pelo mercado, técnicos da equipe econômica e parlamentares.

Medidas como a reforma administrativa, a reforma tributária e a privatização dos Correios pouco avançaram no Congresso. Enquanto isso, a ala política do governo atuou para mudar o teto de gastos (regra que limita a expansão de gastos públicos), levando a mais uma debandada de assessores do ministro.

Nesta segunda-feira, disse que há no entorno de Bolsonaro pessoas que tentam “desviá-lo” da agenda liberal. O ministro repetiu que considera esse governo uma aliança de liberais e conservadores e que seu entusiasmo decorre desse conjunto. Por isso, disse, não adianta o governo ser apenas de conservadores.

— Há o entorno (de Bolsonaro), tem gente que quer desviá-lo, que acha que estatais são boas. Se trocar o dirigismo de esqueda pelo dirigismo de direita, a gente já conhece as experência históricas. Enquanto eu tiver a confiança dele (Bolsonaro) e o entusiasmo, nós vamos estar juntos — disse o ministro.

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