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Putin determina o envio de militares à região de Donbass para operação de ‘paz’

Territórios viveram escalada de conflitos que incluíram violações do acordo de cessar-fogo por parte da Ucrânia, diz a Rússia

Putin determina o envio de militares à região de Donbass para operação de ‘paz’
Putin determina o envio de militares à região de Donbass para operação de ‘paz’
O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: AFP
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, orientou o seu Ministério da Defesa a enviar militares para a região de Donbass, no leste da Ucrânia, em uma operação de ‘manutenção de paz’ nos territórios de Donetsk e Lugansk. A instrução ocorreu nesta segunda-feira 21, após o chefe do Kremlin reconhecer a independência dessas duas áreas.

As próprias lideranças locais, vistas como pró-Rússia, haviam pedido a Putin o reconhecimento de independência e ressaltaram a expressiva presença de cidadãos russos nos territórios.

A medida do presidente russo é vista como uma demonstração de força contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, bloco de 30 países coordenado pelos Estados Unidos que tenta atrair a Ucrânia como um novo membro.

Donetsk e Lugansk proclamaram independência em relação à Ucrânia em 2014, após um processo violento considerado pela Rússia um golpe de Estado, com a participação de forças neonazistas do país, que culminou com a derrubada de um presidente eleito. Hoje, Putin vê o novo governo da Ucrânia como um aliado de primeira hora dos Estados Unidos.

A Rússia diz que não havia reconhecido antes a independência desses territórios por se tratar de um assunto interno da Ucrânia que deveria ser resolvido à luz dos acordos de Minsk, um tratado de cessar-fogo firmado em 2015 entre Moscou e Kiev.

Porém, em pronunciamento oficial, Putin afirmou considerar que o governo ucraniano não tem respeitado os acordos e vem optando pelo uso de armamentos pesados para lidar com a região de Donbass.

Desde 17 de fevereiro deste ano, esses dois territórios registraram uma escalada de conflitos. Os líderes Denís Pushilin (Donetsk) e Leonid Pásechnik (Lugansk) declararam que o governo da Ucrânia, do presidente Volodymyr Zelensky, determinou que as suas forças militares lançassem uma ofensiva contra as áreas.

Observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, a OSCE, disseram ter identificado centenas de violações do cessar-fogo em Donbass.

Segundo relatório de monitoramento desta segunda-feira 21, entre as noites de 18 e 20 de fevereiro houve em Donetsk pelo menos 2.158 violações do cessar-fogo, que incluem 1.100 explosões, e em Lugansk 1.073 violações, entre elas 926 explosões.

Moscou chegou a declarar a ação da Ucrânia como “genocídio”.

O desagrado da Ucrânia com a independência desses dois territórios se dá porque, segundo o discurso oficial de Kiev, a Rússia estaria pronta para invadir o país com as suas forças militares já posicionadas na fronteira.

Como suposta forma de proteção, o governo ucraniano reivindica a adesão à Otan e tem recebido auxílio de equipamentos militares por parte de diferentes países do Ocidente, sobretudo os Estados Unidos e nações europeias.

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