Justiça
Moraes manda Weintraub depor à Polícia Federal nesta sexta
Em janeiro, o magistrado abriu uma investigação preliminar para apurar declarações do bolsonarista em entrevista a um podcast


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub nesta sexta-feira 4.
Em janeiro, Moraes abriu uma investigação preliminar para apurar declarações do bolsonarista em entrevista ao podcast Inteligência Ltda. Sem apresentar provas, Weintraub disse que um dos ministros do STF que lhe negaram habeas corpus tentou comprar a sua casa em um condomínio fechado, mesmo sem ela estar à venda.
Segundo Weintraub, esse ministro do STF alegou que o ex-ministro da Educação, que estava nos Estados Unidos e era alvo de investigação na Corte, não voltaria mais ao Brasil.
“Eu vou contar um outro detalhe picante. Moro numa casa, num condomínio fechado, uma casa boa. Um juiz do STF estava procurando casa na região, dentro do condomínio. Viu a minha casa e falou: ‘Pô, casa bonita, hein, de quem é?’. Falaram: ‘Abraham Weintraub’. ‘Pergunta para ele se não quer vender para mim'”, disse Weintraub na entrevista.
E emendou: “’Não tá à venda’”. ‘Pergunta se quer vender para mim, já que ele não vai mais voltar ao Brasil’. O que acha disso? É adequado?”.
O depoimento de Weintraub à PF deveria ocorrer em 31 de janeiro, mas o ex-ministro testou positivo para a Covid-19.
Em seu despacho desta quinta-feira 3, Moraes escreveu: “Compulsando os documentos juntados pela autoridade policial, é possível verificar a pertinência da solicitação de dilação do prazo para oitiva, notadamente em razão de o patrono do requerido ter contraído Covid-19, não havendo prejuízo de remarcação do ato para a data solicitada. Diante do exposto, autorizo o reagendamento solicitado pela Polícia Federal, e determino que a oitiva de Abraham Weintraub ocorra no dia 4/2/2022“.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.