Política

‘Não me abstenho de debater’, diz Moro — que recusou ao menos dois convites

Na última sexta-feira 14, Moro recusou um convite do grupo Prerrogativas para expor sua versão sobre a Lava Jato. Ele também não respondeu aos convites de Ciro Gomes (PDT) para debater economia.

‘Não me abstenho de debater’, diz Moro — que recusou ao menos dois convites
‘Não me abstenho de debater’, diz Moro — que recusou ao menos dois convites
Foto: Reprodução
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O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos), em entrevista à Rádio Cidade, do Rio Grande do Norte, voltou a dar declarações para tentar descolar sua imagem a do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Moro diz que nunca fugiu a um debate. Não menciona, porém, dois convites recentes que recebeu para discutir propostas de governo.

“Não me abstenho em nenhum momento de debater o que fiz como juiz e o que fiz como ministro”, disse Moro, sem citar que na última sexta-feira 14 recusou um convite do Grupo Prerrogativas para expor sua versão sobre a atuação na Lava Jato. Ele também não respondeu aos convites de Ciro Gomes (PDT) para debater economia.

Moro também rebateu piadas envolvendo o tom de sua voz.

“Vejam só que o pessoal tanto não tem o que falar em relação a mim que começam a criticar muito a minha voz, dizem que minha voz não é boa, não é bonita, como se tivesse que ter um barítono na Presidência da República. Eu nem acho que minha voz é tão ruim assim, mas como pessoal não tem o que dizer, ficam inventando mentiras”, destacou.

O ex-juiz, no entanto, não menciona que a maior parte das críticas que recebe tratam de sua atuação enquanto juiz da Lava Jato e de sua omissão diante do clã Bolsonaro enquanto ele esteve no Ministério da Justiça.

Mais adiante na conversa, o ex-juiz acabou por alfinetar o grupo do qual seu partido, o Podemos, faz parte. Ao criticar Bolsonaro, o ex-ministro disse que o presidente teria ‘abraçado o Centrão’, destacando que a atitude seria algo negativo. Na declaração, porém, ele esconde que, além do Podemos, mantém conversas para uma aliança com o União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL, dois dos maiores players do grupo no Congresso.

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