Sociedade

Ministério Público paulista vai ouvir mulheres que acusam obstetra de violência sexual

Renato Kalil é investigado ainda por violência obstétrica; outras mulheres também se pronunciaram

Créditos: divulgação
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O Ministério Público de São Paulo quer ouvir mais duas mulheres que afirmam serem vítimas de violência sexual praticada pelo médico obstetra Renato Kalil. Uma delas trabalhou como babá na casa de Kalil em 2013 e outra é uma ex-paciente. As mulheres relataram os casos a uma reportagem do Fantástico exibida no domingo 9.

O Ministério vai analisar a coleta de provas e o conteúdo dos depoimentos para verificar se eles são suficientes ou se ainda precisarão de mais complementos.

O médico passou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo, via Promotoria de Enfrentamento à Violência de Gênero, Doméstica e Familiar contra a Mulher, desde o dia 14 de dezembro após o vazamento de áudios e vídeos da influenciadora Shantal Verdelho, que o acusa de cometer violência obstétrica durante o seu parto em setembro de 2021. Também há uma investigação criminal em curso pela 27ª DP da cidade de São Paulo, onde a influenciadora registrou um pedido de inquérito.

A influenciadora gravou o momento de seu trabalho de parto, onde é possível ver o médico xingando-a durante o procedimento do parto e tratando-a de forma pejorativa. Trechos do vídeo foram exibidos na matéria do Fantástico.

Ao todo, sete pacientes e funcionárias já tiveram denúncias que vieram a público contra o obstetra. Uma das vítimas ouvidas pelo MP-SP foi a jornalista britânica Samantha Pearson, correspondente do jornal “The Wall Street Journal” no Brasil, que também afirma ter sofrido violência obstétrica de Kalil durante o parto do seu filho. Ela narrou ter ouvido insultos do médico em uma consulta no começo de 2020, faltando um mês para o nascimento de seu segundo filho.

“Ele olhou pra mim disse: ‘Seu marido é bonitão e, se você não emagrecer, ele vai te trair’. Eu me senti super humilhada, essa que é a palavra, ele me fez sentir humilhada várias vezes”, disse.

Em nota, o médico negou as acusações de violência obstétrica e sexual. Disse ainda que “comprovará sua inocência no foro adequado e quer frisar que durante toda sua carreira profissional sempre fez todos os seus atendimentos presenciados por assistentes”.

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