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‘É uma operação política’, diz Márcio França após ser alvo da Polícia Civil
A investigação apura um suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde, que envolveria o ex-governador e aliados


O ex-governador de São Paulo Márcio França reagiu nesta quarta-feira 5 à operação da Polícia Civil da qual foi alvo junto com aliados políticos.
De acordo com o pré-candidato ao governo do estado, ele foi vítima de uma “operação política e não policial” feita por “autoridades com medo de perder as eleições”.
“É lamentável que se comece uma eleição para o governo de São Paulo com essas cenas de abuso de poder político”, afirmou o pessebista em nota. “Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado”.
“Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar”, acrescentou França.
A investigação apura um suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde, que envolveria França e aliados. A suspeita é de que as organizações sociais que geriam unidades de saúde no estado tinham contratos superfaturados para desvio de dinheiro.
Ao todo, a polícia cumpre mandados de busca e apreensão em ao menos 30 endereços ligados ao político.
O irmão do ex-governador, Carlos França, além de ex-funcionários, médicos e empresários ligados aos contratos também são alvos da operação. De acordo com o jornal, há uma gravação de Carlos discutindo detalhes do esquema.
A operação é um desdobramento da Operação Raio-X, de setembro de 2020, quando foram realizadas prisões e cumpridos mandados de busca e apreensão em ao menos quatro estados. Na ocasião, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), chegou a ser investigado no esquema. Desde então, 48 pessoas já foram denunciadas pelo MP, resultando em 19 condenações.
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