CartaExpressa
‘Eu lhe apresento como governador ou vice-presidente?’, pergunta presidente de sindicato a Alckmin
O ex-tucano participou do congresso do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, em Monguaguá (SP), e pediu ‘pacificação’
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse nesta quinta-feira 16 que o passo seguinte à sua desfiliação do PSDB, anunciada na véspera, depende de “conversas”. Longe dos microfones, setores do PSB e do PT veem mais próxima a concretização da chapa formada por Lula e Alckmin para as eleições presidenciais de 2022, mas, até aqui, o discurso oficial evita qualquer confirmação.
O agora ex-tucano participou do congresso do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, em Monguaguá (SP), e pediu “pacificação”. Antes de Alckmin subir ao palco, porém, o presidente reeleito do Sindnapi, João Inocentini, tentou – em vão – obter uma resposta peremptória.
“Perguntei: eu lhe apresento como futuro governador de São Paulo ou futuro vice-presidente da República? Ele disse que primeiro fez a coisa mais importante, que era se desfiliar do PSDB. Agora, vai conversar e ver o rumo a tomar. Ele é esperto”, disse Inocentini em contato com CartaCapital. “Ele não deu indicação, ele foi muito esperto”.
Em seu pronunciamento, Alckmin declarou que, concluído o primeiro passo, vai “conversar muito” antes de confirmar a próxima etapa.
“É o momento de grandeza política, de espírito público e de união”, disse o ex-governador, que classificou como “necessária” sua saída do PSDB, partido do qual foi um dos fundadores.
“O que é importante neste momento, em que o País passa por dificuldade, é a pacificação. E o primeiro passo para isso é retomar o diálogo, para poder enfrentar o grande desafio, que é a retomada do crescimento, as pessoas terem emprego, renda, poderem viver dignamente”, completou.
A presença de Lula no congresso do Sindnapi era aguardada, mas o petista cancelou a participação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.