Política
Doria rejeita diálogo com Lula mesmo se for ao 2º turno contra Bolsonaro
Vencedor das desastrosas prévias do PSDB, tucano diz que partido saiu fortalecido e quer formar alianças contra o petista e atual presidente
O governador de São Paulo e vencedor das prévias do PSDB, , João Doria, refutou qualquer diálogo com o ex-presidente Lula (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao jornal Valor Econômico desta segunda-feira 29, o tucano negou aproximação com o petista mesmo se for ao segundo turno contra o ex-capitão.
Na conversa, Doria disse nutrir amizade com Sergio Moro (Podemos), com quem já ensaia uma aproximação. Com Ciro Gomes (PDT), o tucano também afirmou não ter problemas de diálogo e abriu as portas para uma possível aliança.
“O diálogo será sempre feito com quem merece o diálogo, com quem gosta, respeita e aprecia o diálogo. Populistas extremistas não gostam do diálogo. Gostam de impor suas posições, de determinar, de mandar, o que torna mais difícil o diálogo”, respondeu ao ser questionado sobre as chances de pedir apoio a Lula se fosse ao segundo turno contra Bolsonaro.
Questionado então sobre Ciro e Moro, Doria foi no caminho contrário. “Tenho respeito e amizade com o Sergio Moro. Entendo que ele deva fazer parte desse bom diálogo, nesse sentido democrático-liberal-social”, disse. Em seguida acrescentou: “Não há razão para não ter um diálogo com Ciro”, garantindo que buscaria apoio do pedetista se fosse necessário.
Pesquisas recentes, no entanto, indicam que a chance do tucano ir ao segundo turno são baixas. Doria aparece com apenas 2% das intenções de voto nas sondagens, bem atrás de Bolsonaro e Lula. Ciro e Moro também desempenham melhor que o tucano nos mais diversos levantamentos.
O tucano também negou que o PSDB tenha saído enfraquecido das prévias. A leitura, no entanto, não é a mesma que fazem especialistas. Para Doria, mesmo com todos os problemas e divergências, o partido saiu mais forte da disputa interna.
“O PSDB sai fortalecido. É o único partido que fez prévias no Brasil, portanto, houve uma mobilização nacional”, defendeu.
“Agregação, soma, união: estas são as palavras de ordem a partir de agora”, acrescentou em seguida ao negar que tucanos deixarão o PSDB com a sua vitória na disputa interna.
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