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Em novo discurso negacionista, Marcelo Queiroga critica obrigatoriedade do uso de máscaras

O ministro teve o nome incluído na lista de pedidos de indiciamento da CPI por ser um dos responsáveis pela epidemia no Brasil

Em novo discurso negacionista, Marcelo Queiroga critica obrigatoriedade do uso de máscaras
Em novo discurso negacionista, Marcelo Queiroga critica obrigatoriedade do uso de máscaras
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O ministro da Saúde Marcelo Queiroga voltou a criticar a obrigatoriedade do uso de máscaras como medida de prevenção contra a Covid-19. Em vídeo publicado pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) neste sábado 23, o ministro aparece em um shopping de Brasília enquanto repete discursos negacionistas semelhantes aos feitos pelo presidente.

Segundo o ministro, a pandemia já estaria sob controle no Brasil graças às “recomendações e políticas” feitas por Jair Bolsonaro. Queiroga passa então a repetir as declarações negacionistas do ex-capitão.

“Eu tenho, de maneira reiterada, sido contra leis para obrigar o uso de máscaras, leis sobre passaporte de vacina. Esse tipo de iniciativa mais prejudica do que ajuda”, diz o ministro, indo na contramão da ciência que comprova que o uso de máscaras é uma das maneiras mais eficazes de prevenção contra o coronavírus.

“Como médico, eu tenho mais de 35 anos de formado, eu nunca consegui as coisas do meu paciente obrigando ele”, continuou o ministro, justificando a postura por fazer parte de um governo conservador.

De acordo com o ministro, o melhor caminho seria ‘o convencimento’ e não ‘a obrigatoriedade’.

O governo federal, no entanto, tem sido marcado por não promover campanhas contendo medidas eficazes no combate ao coronavírus. Além disso, Bolsonaro constantemente mente sobre a eficácia das vacinas, usa informações falsas para pregar contra o uso de máscaras e distanciamento e faz propaganda de tratamentos ineficazes contra a Covid-19.

Mesmo estando ao lado de Bolsonaro em diversas ocasiões, Queiroga nunca desmentiu o presidente. A atuação omissa do ministro fez com que ele fosse incluído na lista de pedidos de indiciamento da CPI da Covid no Senado pelos crimes de epidemia com resultado morte e prevaricação.

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