Frente Ampla
São 9 os crimes que comprovam: Bolsonaro é um genocida
E o papel histórico que a CPI precisa cumprir é garantir que os responsáveis pelos crimes cheguem ao banco dos réus
Após quase 6 meses de intenso trabalho com importantes contribuições para os interesses da sociedade brasileira, foi realizada na quarta-feira 20 a leitura do relatório da CPI do Genocídio do Senado Federal.
Em um calendário que envolveu dezenas de reuniões, depoimentos e centenas de sigilos quebrados, a comissão entrou para a história do Brasil, pois desvendou os crimes cometidos por Jair Bolsonaro, agentes públicos do seu governo e por agentes privados ligados ao atual ocupante do Palácio do Planalto.
O relatório final da CPI comprova a responsabilidade não só de Bolsonaro na tragédia das mais de 600 mil mortes ocorridas no Brasil e como principal responsável pelo genocídio, mas também de integrantes de seu governo no executivo e legislativo e de terceiros.
Ao atual presidente, coube no relatório a sugestão de indiciamento pelos seguintes crimes:
1 – Charlatanismo
2 – Prevaricação
3 – Incitação ao crime
4 – Infração de medida sanitária preventiva
5 – Epidemia com resultado morte
6 – Falsificação de documento particular
7 – Emprego irregular de verbas públicas
8 – Crimes contra a humanidade
9 – Crimes de responsabilidade
São 9 os crimes que comprovam o genocídio. E o papel histórico que a CPI precisa cumprir agora é de acompanhar os desdobramentos para garantir que os responsáveis pelos crimes constantes do relatório cheguem ao banco dos réus. Parentes e familiares das centenas de milhares de pessoas que foram a óbito em decorrência do negacionismo, da má gestão da pandemia, do boicote a medidas sanitárias, precisam de uma resposta. Clamam que seja feita justiça, como vimos esta semana na CPI, em depoimentos extremamente tristes e comoventes.
Para além dos crimes elucidados, a CPI demonstrou a incapacidade do governo de articular políticas públicas de amparo à população diante do auge da crise sanitária e econômica. Isso levou milhões de famílias à miséria, seja pelo desemprego, seja pela morte de entes provedores que seguiram trabalhando para buscar a subsistência familiar. Vale lembrar que o auxílio emergencial foi uma iniciativa do Congresso e não da Presidência da República, que inclusive atuou contra o programa.
A inação diante dos problemas e as ações criminosas do governo federal colocaram o Brasil na segunda posição mundial no número de mortes e na terceira colocação no número de casos confirmados. As mortes ocorridas no Brasil representam 12,4% das mortes ocorridas no mundo. Estudos apontam que 4 de 5 mortes ocorridas no Brasil poderiam ter sido evitadas caso o governo tivesse agido de acordo com as orientações científicas.
Este é um dos episódios que reerguem uma bandeira já vista na história de lutas do Brasil, o lema da justiça de transição é adequado também ao genocídio que Bolsonaro promoveu aqui. Para virar essa página infeliz da nossa história, é essencial que o governo incompetente, corrupto, criminoso de Bolsonaro seja devidamente responsabilizado por todos os seus atos, em memória das mais de 603 mil vítimas e das famílias que perderam seus entes queridos.
Fora Bolsonaro!
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