CartaExpressa
Bolsonaro veta nome de João Goulart para trecho de rodovia federal
Presidente justificou a recusa citando ‘prática dissonante’ com Estado Democrático de Direito


O presidente Jair Bolsonaro vetou, nesta quinta-feira 14, projeto de lei que dava o nome do ex-presidente João Goulart a uma rodovia federal que liga Belém a Brasília.
Defensor da ditadura militar, Bolsonaro justificou a negativa citando “práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático de Direito”. Goulart foi deposto por um golpe em 1964.
“Busca-se que personalidades da história do país possam ser homenageadas em âmbito nacional desde que a homenagem não seja inspirada por práticas dissonantes das ambições de um Estado Democrático”, disse Bolsonaro na justificativa. A decisão seguiu recomendação da Casa Civil e do Ministério da Infraestrutura.
Bolsonaro, desde o começo de seu mandato, propõe um revisionismo histórico a respeito do período ditatorial militar no País.
Em 2020, o presidente se referiu o aniversário do golpe de 1964 como “o dia da liberdade”.
“Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo. E apesar de tudo eu represento a democracia no Brasil”, afirmou em uma formatura de cadetes em fevereiro deste ano.
Em diversas outras oportunidades Bolsonaro elogia o período de exceção, como quando afirmou que fecharia o Congresso Federal e ao elogiar o torturador Brilhante Ustra.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Governo autoriza entrada de militares dos EUA para exercício no Brasil
Por Marina Verenicz
PoderData: Governo Bolsonaro é reprovado por 58% dos brasileiros
Por CartaCapital