CartaExpressa
Ministério da Saúde confirma que deve abandonar a Coronavac em 2022
Em resposta à CPI da Covid, a pasta alegou suposta ‘baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos’


O Ministério da Saúde enviou esclarecimentos à CPI da Covid, nesta quinta-feira 7, sobre o planejamento para a vacinação em 2022. A pasta confirmou que deve abandonar o uso da Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
A manifestação é assinada por Danilo de Souza Vasconcelos, diretor de Programa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, e por Rosana Leite de Melo, Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.
A CPI pediu à Saúde o envio de “justificativa para a descontinuidade do uso da Coronavac em 2022, tal como anunciado”. Em resposta, a pasta apontou suposta “baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos”.
“Até o presente momento a autorização (da Coronavac) é temporária de uso emergencial, que foi concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional”, dizem os servidores.
“Além do fato de estudos demonstrarem a baixa efetividade do imunizante em população acima de 80 anos; discussões na Câmara Técnica que não indicaram tal imunizante como dose de Reforço ou Adicional – conforme NT Técnicas SECOVID, assim, no atual momento, só teria indicação como esquema vacinal primário em indivíduos acima de 18 anos. Há estudos em andamento que sinalizam que mesmo usando em esquema vacinal primário há que se considerar uma terceira dose”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária concedeu registro definitivo para as vacinas da Pfizer e da Astrazenec. Coronavac e Janssen obtiveram o registro emergencial.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

CPI agenda depoimento de Queiroga para dia 18 e quer saber se ministro interferiu na pauta da Conitec
Por CartaCapital
Médico diz à CPI que não havia autonomia na Prevent Senior e que uso de remédios ineficazes era obrigatório
Por CartaCapital