Economia

Política de preços dos combustíveis não mudará, diz presidente da Petrobras

Joaquim Silva e Luna não oficializou os próximos reajustes: ‘É muito complexo tomar uma posição, se vai baixar ou não vai’

Política de preços dos combustíveis não mudará, diz presidente da Petrobras
Política de preços dos combustíveis não mudará, diz presidente da Petrobras
Jair Bolsonaro e o general Silva e Luna. Foto: Mauro PIMENTEL/AFP
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O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, rejeitou nesta segunda-feira 27 promover qualquer mudança na política de preços da empresa. Em agosto, os combustíveis tiveram alta de 2,96%: o reajuste da gasolina chegou a 2,80%, o do etanol a 4,50% e o do óleo diesel a 1,79%. Em 12 meses, a gasolina subiu 39,1%, o etanol disparou 62,3% e o diesel avançou 35,4%.

“Com relação a tendências futuras, é muito complexo tomar uma posição, se vai baixar ou não vai, particularmente em relação à gasolina”, disse Luna em entrevista coletiva.

“Não há nenhuma mudança na política de preços da Petrobras. Continuamos trabalhando da forma como sempre trabalhamos”, acrescentou. Questionado sobre os preços, afirmou que a empresa “responde por sua parte” e que “há uma ansiedade de muito tempo para simplificar a tributação sobre combustíveis”.

Luna declarou que a Petrobras recebe cerca de 2 reais por litro de gasolina na bomba, parcela que se destina “a cobrir custos de exploração, produção e refino do óleo, investimentos permanentes, juros da dívida, impostos e participações governamentais”. Também detalhou a composição de preços do diesel e do GLP.

O presidente da Petrobras ainda disse que a empresa presta apoio ao País no combate à crise energética e tem agido para ampliar a oferta de gás para termelétricas. Afirmou, por fim, que a companhia tem responsabilidades sociais, citando como exemplos o pagamento de tributos na ordem de 552 bilhões de reais entre 2019 e 2021 e o pagamento de dividendos à União, de aproximadamente 2,2 bilhões em 2020.

A manifestação da Petrobras se deu horas depois de uma solenidade, em Brasília, alusiva aos mil dias do governo de Jair Bolsonaro. No evento, o ex-capitão mencionou os preços dos combustíveis.

“Temos muitos obstáculos. São intransponíveis? Não, mas depende do entendimento de cada um. Alguém acha que eu não queria a gasolina a 4 reais ou menos? O dólar a 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade”, afirmou. “E tem um ditado que diz: ‘Nada está tão ruim que não possa piorar’. Não queremos isso”.

Bolsonaro também declarou ter conversado com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre como “melhorar ou diminuir” os preços dos combustíveis “na ponta da linha”.

“Conversamos sobre o que podemos fazer para diminuir o preço na bomba. Nós temos que ter conhecimento sobre o que está acontecendo”.

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