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Ministério da Saúde promoveu só uma postagem sobre vacina da Covid
No auge da pandemia, a pasta só pagou por uma única campanha para que mais pessoas fossem alcançadas com informações sobre a vacina


Um levantamento divulgado nesta segunda-feira 2 mostra que o Ministério da Saúde promoveu apenas uma publicação no Twitter sobre a vacinação contra a Covid-19 desde fevereiro de 2020. Os dados são da agência de checagem Fiquem Sabendo, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).
Isso significa que, no auge da pandemia, a pasta só pagou por uma única campanha para que mais pessoas fossem alcançadas com informações sobre a vacina contra o coronavírus.
Segundo o levantamento, a pasta fez mais de 4.800 publicações no período, mas só pagou para promover 85 delas desde o início da pandemia no Brasil. Dessas campanhas, 34 falavam sobre vacinação, mas apenas uma tratava do imunizante da Covid-19. Todas as demais são sobre doenças mais comuns, como gripe, sarampo, poliomielite e febre amarela.
Confira a única publicação sobre vacinação da Covid promovida pelo Ministério da Saúde feita em 16 de março de 2021:
A vacinação contra a Covid-19 continua. Lembre-se também de continuar com todos os cuidados, como lavar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel e, ao sair de casa, usar máscara. Se sentir sintomas, procure um médico. Saiba mais em https://t.co/Ct4v67X31I pic.twitter.com/2kbtltKeDw
— Ministério da Saúde (@minsaude) March 17, 2021
No mesmo período, o Ministério da Saúde ainda promoveu dois tweets sobre o chamado tratamento precoce. As duas publicações foram feitas no mesmo dia, 18 de novembro de 2020, e com diferença de um minuto. Nas postagens, a pasta faz menções ao ‘atendimento precoce’ e ‘tratamento precoce’, em referência ao uso de medicamentos ineficazes no combate ao coronavírus.
Os medicamentos do kit também aparecem com certa frequência nas publicações da pasta. Ao todo, segundo o levantamento, foram 62 tweets com menções a cloroquina e o tratamento precoce feitos pelo Ministério da Saúde desde fevereiro.
Ainda de acordo com a análise da agência, nos mais de 4 mil tweets, os termos ‘Covid’, ‘pandemia’ e ‘coronavírus’ não estão entre os mais usados pelo Ministério nesse intervalo.
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