Política

‘O bolsonarismo não se preocupa em esconder suas simpatias’, diz entidade de judeus

Movimento Judeus Pela Democracia critica Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis após encontro com parlamentar alemã de extrema direita

‘O bolsonarismo não se preocupa em esconder suas simpatias’, diz entidade de judeus
‘O bolsonarismo não se preocupa em esconder suas simpatias’, diz entidade de judeus
O deputado Eduardo Bolsonaro. (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
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O coletivo Judeus pela Democracia criticou na quinta-feira 22 os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF) após postarem em suas redes sociais fotos dos encontros que tiveram com Beatrix von Storch, deputada alemã de extrema direita e vice-líder da sigla populista AfD (Alternativa para a Alemanha).

Von Storch é conhecida pela defesa de políticas xenofóbicas e anti-imigração, já tendo sido investigada por incitação ao ódio contra muçulmanos.

A entidade afirmou que o partido AfD é investigado pela Inteligência Alemã por posturas antidemocráticas, das quais o bolsonarismo simpatizaria. “Sob a capa do conservadorismo, o bolsonarismo não se preocupa mais em esconder suas simpatias”, diz o texto.

Na sequência, a entidade publicou outra mensagem criticando o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, por celebrar o encontro com a deputada alemã. Segundo a entidade, “von Storch segue as ideias do avô, ministro das finanças nazista e apoiador de Hitler até depois da morte”.

O texto ainda afirma que as ideias que unem Eduardo, Bia e a deputada alemã nada mais são do que eufemismo para o fascismo.

Em 2018, von Storch foi investigada após questionar a decisão da cidade de Colônia de publicar mensagens em árabe, como parte de uma campanha multilíngue.

A publicação dizia: “O que diabos está acontecendo de errado neste país? (…) Estão querendo agradar os bárbaros, os muçulmanos e essa horda de homens estupradores?”. O Twitter e o Facebook removeram as postagens, classificadas como discurso de ódio.

A deputada é neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças na Alemanha nazista. O parentesco e as bandeiras xenofóbicas que ela propõe foram ressaltados nas redes sociais após as publicações de Eduardo e Bia.

O perfil do Museu do Holocausto no Twitter relembrou a trajetória da deputada alemã.

“É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, afirmou o perfil em resposta à publicação de Bia Kicis.

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