CartaExpressa
Após decisão do STF, Moro diz que culpa de Lula foi reconhecida ‘por dez juízes’
Ex-juiz foi considerado suspeito no caso do triplex do Guarujá


O ex-ministro da Justiça Sergio Moro manifestou-se, na tarde desta quarta-feira 23, acerca da decisão do Supremo Tribunal Federal em não reavaliar sua suspeição no caso do triplex do Guarujá, processo envolvendo o ex-presidente Lula pelo qual Moro foi considerado um juiz suspeito.
O argumento para que o plenário do STF se debruçasse sobre a suspeição de Moro, já confirmada por uma Turma, é o de que o habeas corpus que pedia o reconhecimento da parcialidade teria perdido o objeto após a Corte decidir anular as condenações de Lula.
No dia 22 de abril, a Corte já havia formado maioria pelo reconhecimento da suspeição. Na ocasião, sete dos 11 ministros votaram pela manutenção do entendimento firmado pela Segunda Turma: Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber.
Após pedido de vista e retomada do julgamento nesta quarta-feira 23, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio e Fux votaram por derrubar a decisão da 2ª Turma. Foi a eles que Moro se dirigiu pelo Twitter.
“Os votos dos Mins.Fachin, Barroso, Marco Aurélio e Fux, não reconhecendo vícios ou parcialidade na condenação por corrupção do Ex-Presidente Lula, correspondem aos fatos ocorridos e ao Direito. Nunca houve qualquer restrição à defesa de Lula,cuja culpa foi reconhecida por dez juízes”, escreveu.
Os votos dos Mins.Fachin, Barroso, Marco Aurélio e Fux,não reconhecendo vícios ou parcialidade na condenação por corrupção do Ex-Presidente Lula,correspondem aos fatos ocorridos e ao Direito.Nunca houve qualquer restrição à defesa de Lula,cuja culpa foi reconhecida por dez juizes
— Sergio Moro (@SF_Moro) June 23, 2021
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.