Política
Moraes estabelece cinco dias para PGR avaliar afastamento e prisão de Salles
Segundo denúncia, Salles teria ocultado seu celular e alterado o número de telefone no curso das investigações da operação Akuanduba


O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou, nesta sexta-feira 4, um prazo de cinco dias para que a Procuradoria Geral da República se manifeste sobre a possibilidade de afastamento e prisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por obstrução de justiça na Operação Akuanduba, que fez buscas contra ele há duas semanas.
A decisão foi tomada após uma advogada revelar, em notícia formalizada, que Salles teria ocultado seu celular e alterado o número de telefone no curso das investigações. A informação foi revelada pelo Jornal Nacional.
Em despacho assinado nesta sexta Salles coloca que o ministro que ‘tem dever legal de cumprir ordens judicias de outros Poderes, incorreu, em tese, em tipos penais e de improbidade administrativa, visando obstruir a aplicação da lei penal e embaraçando a investigação de organização criminosa transnacional’, o que justificaria medidas cautelares para resguardar o andamento do inquérito.
Na operação Akuanduba, Salles é investigado por possível favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira. Há um segundo inquérito, conduzido pela ministra Carmém Lucia, que investiga possível obstrução a uma investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Salles nega as acusações.
O ministro Alexandre de Moraes autorizou que o ministro preste seu depoimento diretamente ao procurador-geral da República, Augusto Aras, mas ponderou que a Polícia Federal vai colher o depoimento do ministro “no decorrer da investigação e a seu critério, na medida em que for necessária à elucidação dos fatos investigados”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.