CartaExpressa
PSOL pede investigação sobre compra de aparelho espião pelo governo
Reportagem do Uol revelou uma crise com os militares pela atuação de Carlos Bolsonaro na aquisição do objeto


O PSOL entrou com uma representação no Ministério Público Federal que pede a investigação sobre aquisição de um avançado programa de espionagem desenvolvido em Israel.
Os deputados do partido também querem entender o porquê da articulação ser feita pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, junto ao ministro da Justiça, o que gerou uma disputa com o alto comando militar.
Segundo reportagem do UOL, “de acordo com fontes, o objetivo final de Carlos Bolsonaro é usar as estruturas do Ministério da Justiça e da PF (Polícia Federal) para expandir uma “Abin paralela”, na qual tenha grande influência”.
Para a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone, o ato, além de improbo, é inconstitucional e confirma o intuito de contaminar a gestão pública com ameaças e aparelhamentos.
“Precisamos entender qual o intuito por trás da compra de um dispositivo como esse. Em plena pandemia , a prioridade deste governo se volta para aquisição de instrumentos usados para perseguir. E mais, por que estaria Carlos Bolsonaro, filho do presidente, articulando a contratação deste serviço para operar no Brasil? Sabe-se que o uso dessa ferramenta israelense dependerá apenas de quem controlará o sistema, ou seja, ela põe em risco a privacidade de pessoas, sobretudo de jornalistas e de quem faz críticas ao governo. Isso precisa ser apurado com o máximo rigor”, disse a deputada.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.