Política
Justiça condena homem que mentiu sobre Patrícia Campos Mello a pagar indenização
O ex-funcionário da empresa de disparo em massa Yacows disse em CPMI que jornalista da Folha se insinuou sexualmente para obter informações
O juiz André Augusto Salvador Bezerra, da 42ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou Hans River do Rio Nascimento, antigo funcionário da empresa de disparos em massa no WhatsApp Yacows, a pagar 50 mil reais por danos morais à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo sob acusação de mentir sobre uma suposta insinuação sexual da repórter em troca de informação.
A CPMI das Fake News ouviu Hans River acerca da reportagem, escrita pela jornalista, que denunciou a compra de disparos no WhatsApp para favorecer, nas eleições de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro. Hans alegou que a jornalista teria oferecido sexo em troca de informações.
Além disso, Hans River desferiu ataques a Campos Mello e declarou ter sido enganado pela jornalista em relação à matéria que ela estava fazendo. Horas depois, a Folha publicou uma reportagem com os prints e áudios do telefone de Campos Mello, provando que Hans mentiu na Comissão — o que é crime.
A decisão foi tomada na quarta-feira 14. O magistrado acrescentou que as declarações de Hans River demonstram que “as críticas dirigidas à autora pelo réu, citado na reportagem, não focam o trabalho. Focam a sua condição de mulher, o objeto de dominação sexual, conforme históricas práticas colonialistas que, em pleno século XXI, ainda proporcionam forma ao sexismo.”
No fim de março, o presidente Jair Bolsonaro também foi condenado a pagar uma indenização à jornalista, assim como seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ambos a atacaram baseados nas alegações de Hans River.
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