Política
Após corte de verbas para o Censo, presidenta do IBGE deixa o cargo
Orçamento destina 71 milhões para a realização do Censo Demográfico, menos de 5% do valor acordado com o instituto


A presidenta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração do cargo nesta sexta-feira 26. A demissão, confirmada pelo IBGE, teria se dado por motivos pessoais.
A saída de Susana, no entanto, acontece após o IBGE sofrer um revés financeiro no Orçamento 2021, que precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O instituto fez um pedido inicial de 3,4 bilhões de reais para realizar o Censo Demográfico 2021, pesquisa que deveria ter sido feita em 2020, mas foi adiada devido à pandemia. O valor original foi reduzido pelo IBGE para cerca de 2 bilhões, por pressão do governo federal. O montante aprovado pelo Congresso, no entanto, é de apenas 71 milhões, menos de 5% do acordado.
Na terça-feira 23, o instituto fez um alerta de que as ações governamentais serão prejudicadas sem a realização da pesquisa.
“Sem o Censo em 2021, as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas pela ausência das informações que alicerçam as políticas públicas com impactos no território brasileiro, particularmente em seus municípios”, escreveram Susana e o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, em artigo publicado pelo jornal O Globo e reproduzido na página do instituto.
Escolhida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, Susana assumiu o cargo em fevereiro de 2019.
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