Justiça

Fachin quer incluir na pauta os recursos contra anulação de condenações de Lula

Um dos recursos foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República na última sexta 12

Fachin quer incluir na pauta os recursos contra anulação de condenações de Lula
Fachin quer incluir na pauta os recursos contra anulação de condenações de Lula
O ministro Edson Fachin, do STF. Foto: Nelson Jr./SCO/STF
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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, pediu a inclusão na pauta do plenário da corte de dois recursos apresentados contra a decisão monocrática que reconheceu a incompetência da 13ª Vara de Curitiba para análise de quatro ações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e anulou as condenações do petista na Lava Jato, tornando-o elegível.

Um dos recursos foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República na última sexta 12. A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo sustenta que as condenações e os processos contra Lula devem ser mantidos, ‘com base na jurisprudência do Supremo, e com vistas a preservar a estabilidade processual e a segurança jurídica’.

Já o outro pedido que será analisado pelos ministros do Supremo foi impetrado pela defesa de Lula nesta segunda, 15. Fachin deu cinco dias para que a PGR se manifeste sobre os questionamentos dos advogados do ex-presidente antes de o caso ser remetido ao presidente da corte, ministro Luiz Fux, o responsável por pautar as discussões do plenário.

Os advogados de Lula questionam o fato de que Fachin, na mesma decisão que anulou as condenações do ex-presidente, declarou a perda de objeto de dez habeas corpus e quatro reclamações que foram apresentadas à corte pela defesa do petista. Entre tais recursos estava o habeas corpus que alegava a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Ao considerar que a 13ª Vara de Curitiba não teria competência para julgar os casos de Lula e determinar o envio dos autos à Justiça Federal do Distrito Federal, Fachin tentou reduzir danos, tirar o foco de Moro e, com isso, tentar preservar outras condenações da operação. O ministro queria dar como encerrado o debate sobre a conduta do ex-juiz. Para ele, como a condenação na ação do tríplex do Guarujá foi anulada, não haveria mais motivos para se questionar a atuação de Moro.

No entanto, em um revés para Fachin, a 2ª Turma do Supremo acabou decidindo retomar o julgamento que tratava da postura de Moro na condução do processo que resultou na primeira condenação do petista. Em sessão realizada na última terça, 9, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela declaração da suspeição de Moro deixando o placar em 2×2. O voto decisivo ficará a cargo do ministro Kassio Nunes Marques, que pediu mais tempo para avaliar o caso.

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