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Petrobras tem de enxergar as questões sociais, diz indicado para presidência
O general Joaquim Silva e Luna diverge do atual comandante da empresa quando o assunto é a cobrança dos caminhoneiros sobre os preços
O indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco na presidência da Petrobras afirmou que a empresa tem que enxergar as questões sociais, quando questionado sobre as queixas dos caminhoneiros sobre o preço do diesel.
Em entrevista ao Valor Econômico, o general Joaquim Silva e Luna diverge do atual comandante da empresa quando o assunto é a cobrança dos caminhoneiros.
“Resumindo: o preço do diesel e da gasolina impacta toda a cadeia produtiva do país. O caminhoneiro está se manifestando, mas a sociedade inteira percebe isso. Isso aí são considerações que têm que ser analisadas junto com o conselho [da empresa], junto com a equipe”, diz Silva e Luna.
“Qualquer servidor público, que serve à Nação, tem que ter consciência social. Uma empresa tem que estar totalmente incluída na sociedade, tem que enxergar as questões sociais”, acrescentou.
Em janeiro, Castello Branco chegou a afirmar que a insatisfação com o preço do diesel não se tratava de um problema da Petrobras.
Na quinta-feira 18, a estatal aumentou o preço da gasolina pela quarta vez só em 2021. Já o preço do diesel, principal impasse com os caminhoneiros, teve o terceiro reajuste.
Foram os constantes aumentos que fizeram com que Bolsonaro indicasse o general para o cargo. Neste sábado 20, o presidente reforçou que novas mudanças podem acontecer.
“Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir, pensando no bem maior para nossa nação”, afirmou.
Na sexta-feira 19, a Petrobras divulgou uma nota oficial em que afirma que “Roberto Castello Branco e demais diretores Executivos têm mandato vigente até o dia 20 de março de 2021”.
De acordo com a petroleira, o Ministério de Minas e Energia “solicitou providências a fim de convocar Assembleia Geral Extraordinária, com o objetivo de promover a substituição e eleição de membro do Conselho de Administração”.
A reunião que decidirá sobre a troca da diretoria da petroleira ocorre na próxima terça-feira 23.
“O conselho é independente, tem a sua visão de mercado. Não conheço os conselheiros, mas têm lá os seus critérios. Vai ser rigoroso”, disse o general ao Valor.
Como acionista controladora da Petrobras, a União é responsável por indicar 6 dos 11 membros do colegiado e, na prática, consegue determinar os rumos da empresa.
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