Política

Petroleiros iniciam greve na Bahia após venda de refinaria

Segundo sindicato, os trabalhadores não receberam qualquer atenção da Petrobrás durante o processo de negociação

Petroleiros iniciam greve na Bahia após venda de refinaria
Petroleiros iniciam greve na Bahia após venda de refinaria
Nesta terça-feira, a paralisação chega ao seu 18º dia. Créditos: Gibran Mendes/CUT PR
Apoie Siga-nos no

Os petroleiros da Bahia decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira 18 em meio à venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. Um ato em frente à sede da refinaria, em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador aconteceu nesta manhã.

Os trabalhadores reinvindicam a resolução de pendências trabalhistas relativas ao processo de venda da RLAM ao fundo Mubadala, de Abu Dhabi.

“São cerca de 900 trabalhadores próprios e 1.700 terceirizados que não receberam qualquer atenção da Petrobrás durante o processo de venda e não fazem ideia de como será seu futuro pela ausência de respostas da empresa”, explica o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar. “A legislação determina que a empresa tem de negociar com o sindicato as questões que envolvam sua força de trabalho, mas a gestão da Petrobras ignora isso e ainda tenta desqualificar uma greve que é legítima e justa pelos direitos dos trabalhadores”

Segundo a companhia, a greve não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve e que adotará todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis.

A empresa disse ainda que garantiu que todos os empregados que optarem por permanecer na Petrobras serão realocados em outros ativos e áreas da companhia.

Venda pela metade do preço

A Refinaria Landulpho Alves foi vendida ao Mubadala Capital pelo valor de US$ 1,65 bilhão, no dia 8 de fevereiro.

Uma análise realizada pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) apontou que a a venda foi realizada pela metade do valor que poderia receber.

Segundo os cálculos do Ineep, a Rlam está avaliada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

ENTENDA MAIS SOBRE: ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo