Saúde

Governo pretende importar 10 milhões de doses da Sputnik V, mas quer preço ‘competitivo’

A intenção foi transmitida pelo secretário-executivo Élcio Franco ao laboratório União Química, que produzirá o imunizante no Brasil

Governo pretende importar 10 milhões de doses da Sputnik V, mas quer preço ‘competitivo’
Governo pretende importar 10 milhões de doses da Sputnik V, mas quer preço ‘competitivo’
A vacina Sputnik V. Foto: Oliver Bunic/AFP
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O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira 5 que pode importar dez milhões de doses da vacina russa Sputnik V, a depender de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e de um preço “competitivo”.

A informação foi transmitida pelo secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, a representantes do laboratório União Química, que produzirá o imunizante no Brasil. Na quinta-feira 4, o Senado aprovou uma medida provisória que abre caminho para a compra da vacina russa.

Pelo texto, a Anvisa passa a ter o prazo de cinco dias para autorizar o uso emergencial de imunizantes contra a Covid-19 que já tenham recebido aval de agências reguladoras internacionais. A MP ainda precisa ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para obter autorização de uso emergencial em cinco dias, o imunizante deve ter sido aprovado em pelo menos uma das agências reguladoras internacionais listadas: as agências dos Estados Unidos, da União Europeia, do Japão, da China, do Canadá, do Reino Unido, da Coreia, da Rússia e da Argentina.

“Iremos contratar e comprar as dez milhões de doses se o preço for plausível, e efetuaremos o pagamento após a Anvisa dar a autorização para uso emergencial da Sputnik V, fazendo a disponibilização imediatamente aos brasileiros”, disse Élcio Franco.

Na quarta-feira, 3, o Ministério da Saúde afirmou que negocia a compra de 30 milhões de doses da vacina de Oxford e da indiana Covaxin, fabricada pelo laboratório Bharat Biotech. O anúncio foi feito na mesma data em que a Anvisa anunciou a retirada de algumas exigências para que os imunizantes possam ser aplicados no País, como a necessidade de realização de testes da fase três em território nacional.

Em nota, a Anvisa informou que “quando a vacina Covid-19 não estiver sendo avaliada em ensaios clínicos conduzidos no Brasil, caberá à requerente apresentar a estratégia do patrocinador quanto à condução dos estudos clínicos, demonstrando a intenção de acompanhamento dos participantes para a avaliação de eficácia e segurança dos participantes do estudo pivotal por pelo menos 1 ano, incluindo estratégia para avaliação de exacerbação da doença respiratória (RDE), e garantir que terá acesso aos dados gerados em sua totalidade, bem como demonstrar que os estudos pré clínicos e clínicos foram conduzidos conforme as diretrizes aceitas nacional e internacionalmente”.

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