Saúde

Quilombolas são retirados do grupo prioritário de vacinação em SP

Segundo a secretaria estadual, a Anvisa não teria autorizado a vacinação nos quilombolas, mas agência nega. Doria determinou reinclusão

Testagem em comunidade quilombola Peropava, no Vale do Ribeira (Foto: Governo de SP)
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A população quilombola do estado de São Paulo foi retirada do grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19, ao contrário ao que havia sido apresentado originalmente pelo governo de João Doria (PSDB).

Em declaração ao portal G1, a Secretaria da Saúde do estado afirmou que a aprovação emergencial para o uso da Coronavac, cravada pela Anvisa no domingo 17, não incluía a vacinação dos grupos neste momento.

No entanto, a Anvisa negou, em nota, que haja algum impeditivo para a vacinação de quilombolas que, assim como os povos indígenas, são considerados grupos de risco a serem contaminados pela Covid-19.

“Não foi feita restrição, pela Anvisa, de uso da vacina para populações quilombolas. O que temos nos dados apresentados no último domingo são incertezas sobre a eficácia específica para sub-grupos do estudo, ou seja, a eficácia para os grupos de idosos, jovens, pessoas com comorbidades, entre outros”, informou a agência a CartaCapital.

Em relato à reportagem do G1, Regina Aparecida Pereira, moradora do quilombo Cafundó em Salto do Pirapora, afirmou que foi contatada pela assessoria do governo de São Paulo para participar da cerimônia das primeiras vacinações no domingo.

“Falaram que era para eu ficar aguardando o contato, que eles iam mandar um carro para me buscar aqui e me levar para capital. Mas de repente disseram que não ia dar mais tempo”, disse.

No fim da manhã desta terça-feira 19, João Doria comentou o caso nas redes sociais, determinando que os quilombolas sejam vacinados ainda nas fases iniciais do programa estadual de imunização. Ainda segundo o governador, quem excluiu os quilombolas da fase inicial do plano nacional de imunização foi o Ministério da Saúde.

Questionada, a Secretaria de Saúde de São Paulo não se posicionou oficialmente até o fechamento desta reportagem. O espaço está aberto para manifestações.

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